Acerte no diagnóstico – Só trocar peças não adianta

Francisco Carlos de Oliveira Stilo Motores  Rua Mariquinha Viana, 700, Mandaqui  (11) 2977-1124
Francisco Carlos de Oliveira
Stilo Motores
Rua Mariquinha Viana, 700, Mandaqui
(11) 2977-1124

Algo muito comum de acontecer aqui na oficina, a Stilo Motores, é receber clientes insatisfeitos com o serviço prestado em outros lugares, pois não conseguiram resolver o problema do veículo.

Isso é péssimo, pois denigre a imagem dos bons profissionais, que investem em cursos e treinamentos para estarem sempre atualizados. Mas, como muitos buscam preço, acabam caindo em roubadas. O serviço mais caro é aquele que se paga e não se tem o resultado esperado.

Um exemplo disso é um caso que aconteceu com um Volkswagen Gol G5, 2009, 95.000 km rodados. Chegou à oficina com aceleração, mas sem força. O motor não enchia e parecia que estava arrastando outro carro. O dono do carro disse que já tinha levado em uma oficina, onde foram trocadas algumas peças, mas não solucionou o defeito.

Isso acontece frequentemente. Em algumas oficinas, o procedimento de diagnóstico é falho, o que nem sempre gera uma solução para o problema, além de custar caro. Neste caso, o técnico deve ter passado o scanner no carro, que leu diversos códigos de falhas, e sem considerar mais nada trocou as peças e pronto: bobina, sensor de fase e sensor de rotação, segundo informou o cliente.

O miolo do catalisador estava todo quebrado e obstruía a passagem dos gases de escape
O problema foi com um Gol G5, mas poderia ter sido com qualquer outro veículo
O miolo do catalisador estava todo quebrado e obstruía a passagem dos gases de escape
O miolo do catalisador estava todo quebrado e obstruía a passagem dos gases de escape

Depois, com ajuda do scanner, apagou os códigos de defeitos e entregou o carro, sem ao menos testar. Com peças novas, funcionou relativamente bem durante um tempo, mas voltou a apresentar os mesmos sintomas. Por que? Me perguntou o cliente assim que explicou o acontecido.

A resposta é simples. Porque o defeito principal não estava nos componentes trocados. Pode até ser que estavam no fim da vida útil, mas não era isso que deixou o carro fraco. O problema era mecânico e não eletrônico.

Adotamos alguns procedimentos simples para nos certificar de um defeito. Passamos o scanner, imprimimos os códigos de falhas, e apagamos a memória. Depois, saímos para rodar com o carro e novamente passamos o scanner. Se aparecerem os mesmos códigos de falhas de antes, é porque os sistemas ligados a estes códigos precisam de atenção. Se aparecerem códigos novos é porque há mais sistemas para investigar.

No caso do Gol G5, como o scanner não apresentou nenhum defeito, suspeitamos do catalisador. Retiramos a sonda lambda pré-catalisador e encontramos uma cena bem feia, catalisador derretido e entupido. Nossas suspeitas para o que pode ter causado isso são combustível de baixa qualidade, superaquecimento e falha na ignição, sendo essa última e a primeira, juntas, as mais cotadas.

Fato é que o cliente gastou aproximadamente R$ 1.000 na primeira oficina que não resolveu o problema dele. Foi em vão? Não necessariamente, mas como não teve o problema resolvido, foi um gasto elevado.

A solução nesse caso é trocar o catalisador e agora acompanhar para entender porque a peça derreteu. De qualquer modo, com 95.000 km, já era hora de trocar mesmo, uma vez que a vida útil do componente é, segundo os fabricantes, de 80.000 km.

Alexandre Akashi

Editor da Revista Farol Alto

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