Combustível sob suspeita – Os males da gasolina batizada

Luis Carlos Bailone Luizinho Reparações Automotivas  Av. Cel. Sezefredo Fagundes, 2789, Jardim Tremembé  (11) 2203-1627
Luis Carlos Bailone
Luizinho Reparações Automotivas
Av. Cel. Sezefredo Fagundes, 2789, Jardim Tremembé
(11) 2203-1627

No mês passado abordamos neste espaço o caso de um cliente que sempre abasteceu o veículo com etanol e depois de 50.000 km teve uma infeliz surpresa por conta da qualidade duvidosa do combustível que utilizava. Muitos ainda não acreditam que etanol ou gasolina batizado prejudica o veículo, e abastecem onde o preço é mais barato.

Essa economia pode custar caro ao longo do tempo. É mais ou menos como a comida que ingerimos. Se a dieta é balanceada, com nutrientes e vitaminas, as chances de desenvolver doenças são menores do que aqueles que consomem junk food, alimentos gordurosos e cheios de conservantes.

Esse mês tivemos mais dois casos de combustível de qualidade duvidosa na oficina. Um deles deu muito trabalho, pois o dono do carro não fazia ideia do que poderia ser. Ele contou que simplesmente abasteceu na noite anterior, foi para casa, desligou o carro e pela manhã ao dar a partida, nada. O veículo chegou de guincho na oficina.

Diferença brutal: resultado comparativo de teste da quantidade de etanol na gasolina; à esquerda, amostra do tanque do carro do cliente, e ao lado, amostra de posto de confiança
Diferença brutal: resultado comparativo de teste da quantidade de etanol na gasolina; à esquerda, amostra do tanque do carro do cliente, e ao lado, amostra de posto de confiança

Sem saber exatamente do que se tratava, iniciamos um procedimento padrão de diagnóstico, com medição da tensão da bateria, pressão da bomba de combustível e avaliação do fluxo de ar. Tudo em ordem.

Passamos o scanner para verificar se havia algum código de erro gravado na memória do módulo, que também estava zerado, sem defeitos. Começamos a desconfiar, então, do combustível, uma vez que essa era a única dica que ele havia nos passado.

O carro era mais antigo, não era flex. Assim, estava abastecido com gasolina. Tiramos uma amostra do tanque, antes do filtro de combustível, e realizamos o teste com água destilada e desmineralizada, em solução de 10% de cloreto de sódio (NaCl). O resultado foi espantoso. O combustível no tanque era 20% gasolina, e 80% de sabe-se lá o que. A solução foi fácil depois disso, porém antes de esvaziar o tanque, fizemos um teste: ligamos um tanque externo à flauta de injetores com gasolina de confiança e demos a partida. O carro pegou na hora.

Assim, esvaziamos o tanque e enchemos com gasolina do posto que temos parceria e sempre recomendamos aos nossos clientes. Uma dica é sempre abastecer no mesmo posto, e sempre pegar nota fiscal. Além disso, o consumidor pode pedir ao frentista para realizar o teste da quantidade de etanol na gasolina, antes de abastecer. E o posto é obrigado por lei a realizar o teste, na frente do consumidor.

Em uma proveta de 100 ml, deve-se colocar 50 ml de gasolina e 50 ml de água destilada e desmineralizada, em solução de 10% de NaCl. Misturar por meio de 10 inversões, sem agitar. Deixar em repouso por alguns minutos para as camadas se separarem: gasolina e água com etanol. A medição do líquido branco/transparente não deve ultrapassar 63 ml, na escala da proveta, uma vez que esse número indica que há exatamente 27% de etanol na gasolina.

 Assista esta matéria em vídeo pelo Canal 100% Motor

Alexandre Akashi

Editor da Revista Farol Alto

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