Mulheres tem pequena participação no setor automotivo

O portal Automotive Business, automotivo, divulgou o resultado parcial de uma pesquisa inédita sobre a atuação da mulher nesta indústria, durante o 1º Fórum Presença Feminina no Setor Automotivo, em São Paulo. Uma das conclusões do estudo é de que o número de trabalhadoras na cadeia produtiva ainda é pequeno: 83% dos postos de trabalho ainda são ocupados por pessoas do sexo masculino. A boa notícia é que houve evolução. Este porcentual era de 85% em 2013, com apenas 15% das vagas ocupadas por mulheres.

“Os dados indicam que, durante a crise, a participação feminina nas empresas automotivas teve leve evolução. Os motivos deste movimento não estão claros. Mas os salários, em geral, mais baixos pagos às mulheres podem ter garantido certa proteção aos seus empregos nesse período de contração do mercado. É possível ainda que mudanças culturais tenham contribuído para este cenário ou que o nível mais elevado de escolaridade das profissionais do sexo feminino fez a diferença”, avalia Paula Braga, diretora do portal e líder do projeto Presença Feminina no Setor Automotivo.

O levantamento revelou que 87% das empresas respondentes não contam com nenhuma mulher em cargos de vice-presidência ou presidência. Do total, 60% não têm mão de obra feminina nem mesmo em posições de diretoria. No que diz respeito à remuneração, foi verificado que os homens recebem salário superior desde as funções mais simples nas companhias automotivas. A diferença na remuneração se aprofunda, com desvantagem maior em cargos mais altos, em que as mulheres chegam a ganhar 33,8% a menos.

A faixa etária das mulheres com carreira na indústria automotiva também chama a atenção. Apenas 11% das mulheres que compõem o quadro de funcionários das empresas entrevistadas na pesquisa têm idade acima de 46 anos, enquanto a longevidade dos profissionais do sexo masculino nas companhias do setor é maior: 26% dos homens empregados no setor têm mais de 46 anos.

A pesquisa Presença Feminina no Setor Automotivo, procurou identificar  a realidade de montadoras e fabricantes de autopeças para construir um retrato da cadeia produtiva desta indústria. O estudo recebeu 127 respostas, já que o foco do levantamento estava em universo de 460 empresas.

Segundo Paula Braga, o objetivo foi gerar conhecimento sobre a atual condição da mulher neste setor, e criar a oportunidade de discutir o assunto e refletir sobre caminhos que possam ser seguidos para promover empresas mais igualitárias. “O conteúdo gerado nos deu um suporte importante para uma discussão profunda e um direcionamento mais sólido”, conclui.

 

Antonio Puga

Antonio Puga é jornalista, especializado no setor automotivo

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