BMW M1: 40 anos de história e esportividade

Resultado de um projeto ambicioso por parte da BMW, o M1 foi o primeiro modelo concebido pela BMW Motorsport GmbH.  A intenção era usar o carro no Campeonato Alemão de Automobilismo (Deutsche Rennsport Meisterschaft), considerado o antecessor do Campeonato Alemão de Carros de Turismo (Deutsche Tourenwagen Masters).No entanto, devido ao longo e complicado período de desenvolvimento e uma mudança no regulamento da categoria, o M1 fez sua estreia nas pistas no Campeonato BMW M1 Procar, categoria monomarca especialmente criada pela BMW. Um total de 460 unidades do modelo foram produzidas, entre 1978 e 1981, de forma artesanal, com base em especificações de homologação do Grupo 4 (carros de turismo e rali), e de acordo com os regulamentos da Federação Internacional de Automobilismo (FIA).

O M1 além de ser um dos carros esportivos mais famosos da década de 1970, contribuiu para moldar a BMW M, a divisão de modelos esportivos da marca. Equipado com um potente motor de seis cilindros em linha e um nome impressionante, o esportivo se transformou  em um veículo importante no mundo automotivo quando estreou em 1978.

Design arrojado e motor potente

As formas do BMW M1, criado pelo renomado designer italiano Giorgio Giugiaro remontam ao carro-conceito BMW Turbo, projetado pelo francês Paul Bracq. Com o M1, Giugiaro produziu um desenho atemporal. Entre as principais características do visual estão os faróis escamoteáveis, a releitura da grade frontal em duplo rim, e as saídas de ar pretas na parte posterior da carroceria. Acima de tudo sua baixa altura, de apenas 1,14 metros, é um dos recursos de design fundamentais do cupê e que lhe permitiu obter um baixo centro de gravidade, favorecendo a transposição de curvas em alta velocidade.

O  esportivo contava com um bloco à gasolina, de seis cilindros em linha, da versão de rua oferece 277 cavalos de potência e gera um torque máximo de 330 Nm, potência de 3,5 litros de deslocamento. Suas quatro válvulas por cilindro, que funcionam em conjunto com uma injeção mecânica, atingia a velocidade máxima de 265 km/h . O peso do BMW M1 era de apenas 1.300 quilos, e, combinado à distribuição de peso ideal (50:50) por meio da posição central do motor. No início dos anos 1980, ele serviu de base para os motores usados no BMW M635i e no primeiro BMW M5.

O bólido teve uma versão assinada pelo artista americano Andy Warhol.  o M1 Procar decorado por Warhol chegou a disputar as 24 Horas de Le Mans de 1979.

Série Procar

Entre 1979 e 1980, o Campeonato BMW M1 Procar foi uma das competições automobilísticas mais espetaculares do automobilismo mundial. As corridas eram disputadas como prova preliminar das etapas europeias da Fórmula 1. Os cinco pilotos de F1 mais rápidos nos treinos dos GPs garantiam o direito de participar do grid da Procar e corriam com M1s idênticos contra pilotos de outras categorias

A versão Procar do M1 diferia do modelo de rua devido ao grande spoiler traseiro, aos para-lamas alargados e ao spoiler dianteiro modificado. O motor era baseado na versão de produção, mas com ainda mais potência – 470 cv. O M1 Procar acelera de 0 a 100 km/h em 4,5 segundos e pode atingir velocidades de até 310 km/h. Mais tarde, quando o M1 foi desenvolvido de acordo com o regulamento do Grupo 5 (carros de turismo especiais), o motor à gasolina, de seis cilindros em linha ganhou turbo, proporcionando potências entre 850 cv e 950 cv.

 

 

Antonio Puga

Antonio Puga é jornalista, especializado no setor automotivo

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