Wings apresenta VAI

Um automóvel moderno produz aproximadamente 25GB de informações por hora. São dezenas de sensores transmitindo dados a todo momento para a central eletrônica, que efetua milhares de cálculos por segundo e os repassa aos demais componentes, fazendo assim o veículo funcionar. Ler estas informações é um desafio, pois nem todas as montadoras disponibilizam os códigos de acesso.

Por este motivo, o VAI – Vehicle Artificial Intelligence, novo dispositivo desenvolvido pela Wings, empresa de tecnologia com sede em Recife, tem um longo caminho a percorrer. A ideia não é nova, mas é boa e, ao mesmo tempo, desafiadora. A proposta é monitorar a saúde do veículo, por meio de um aparelho que coleta os dados da central eletrônica e os transmite via telefonia celular GPRS 2G para servidores dedicados. O dono do carro acessa as informações com ajuda de um aplicativo para smartphones Android ou iOS.

De acordo com os idealizadores do VAI, o sistema leva em consideração o ano/modelo do veículo assim como a quilometragem de uso, que deve ser inserida pelo motorista no momento do cadastro do carro. O dispositivo calcula a forma como o veículo é utilizado e de acordo com a informações recebidas da central eletrônica, estabelece padrões para informar quando são necessárias manutenções e/ou troca de componentes.

Funcionalidades
O VAI cruza as informações para ser mais assertivo nos diagnósticos, porém só consegue interpretar o que lê. Assim, dependendo do modelo e da marca, pode informar um defeito que na verdade é causado por outro motivo. Um exemplo é a bateria. O sistema monitora o desempenho da bateria e mostra graficamente se ela está boa ou ruim. Porém, pode ocorrer de o defeito real ser no alternador, que parou de carregar a bateria. Assim, antes de efetuar a troca do acumulador é importante verificar se o alternador está OK.

Outro exemplo é o sensor de oxigênio, a sonda lambda. Existem várias causas para o sensor de oxigênio disparar um código de erro na central eletrônica, e raramente o defeito é neste componente. O sensor de oxigênio indica que a queima do combustível não está perfeita, e portanto o veículo está poluindo (e consumindo) mais do que deveria. O que pode causar isso? Desde combustível de má qualidade até problema no catalisador, passando por defeito nos bicos injetores, falta de tensão ou corrente elétrica nas bobinas de ignição, problemas com velas e cabos de velas, entre outros.

O VAI pode até indicar um caminho, mas para acertar na mosca precisa ter acesso a muitas informações, que nem sempre estão disponíveis. Assim, funciona como um raio X ou tomografia. Não adianta ver o que está impresso, é preciso interpretar e, para isso, estudar.

Uma funcionalidade interessante do VAI é o rastreador GPS integrado, que permite localizar o veículo em tempo real, com benefícios de telemetria. “É possível saber se o carro está estacionado ou em movimento, a velocidade e, ao término da viagem o sistema informa o consumo do trecho percorrido”, explica João Marcelo Barros, diretor da Wings.

Planos
A Wings oferece o VAI em três planos: 1 ano, por R$ 449; 2 anos, por R$ 549; 3 anos, por R$ 649, que podem ser divididos em até 12 vezes. Após o término do período contratado, há mensalidade de R$ 9,90 para manter acesso ao sistema.

A proposta da Wings é oferecer o VAI por meio de concessionários de diversas marcas, com objetivo de aumentar o número de passagens em pós-vendas. A empresa já trabalha com alguns grupos Toyota, que subsidiam a compra do equipamento aos clientes da marca, em troca das informações obtidas, exceto as de rastreamento. “Tendo o conhecimento da forma como o veículo é utilizado, os concessionários podem entrar em contato diretamente com o dono do carro e sugerir quando devem parar para fazer as revisões”, explica Barros ao demonstrar que o próprio motorista pode, por meio do aplicativo, agendar a revisão na concessionária mais próxima ou de preferência do usuário.

Outros nichos de mercado que a Wings pretende atender são as locadoras e transportadoras, uma vez que o sistema consegue monitorar a forma como o veículo é utilizado, e com isso otimizar consumo e custos de manutenção.

Alexandre Akashi

Editor da Revista Farol Alto alexandre@farolalto.com.br

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

1 × 1 =

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.