Eclipse Cross: mais motor, por favor…

O teste drive de lançamento do Mitsubishi Eclipse Cross foi intenso pelas estradas do Rio Grande do Sul. Foram quase 300 km de ruas e avenidas urbanas, freeway, estradas secundárias de mão dupla e trechos de chão batido, sem asfalto, o que possibilitou avaliar o modelo em diversas situações de uso.

No trânsito e nos trechos off-road, os 165 cv de potência do novo motor MIVEC turbo, de 1.5 litro, mostrou ser bom o bastante, com agilidade no arranque e aceleração de 0 a 50 km/h, mesmo equipado com câmbio CVT. O CVT do novo Eclipse Cross é, na verdade, um dos mais modernos e mais bem resolvidos do mercado. Com 8 marchas virtuais, funciona continuamente como uma transmissão automática, com trocas de marchas o tempo inteiro, mesmo quando se acelera de forma progressiva.

Mas, na estrada faltou disposição do motor. As ultrapassagens em mão dupla precisam ser bem calculadas pois ao pisar fundo com o pé direito, o Eclipse Cross ganha velocidade lentamente. A Mitsubishi bem que poderia tê-lo equipado com um motor um pouco mais parrudo, como um 2.0 turbo, tal qual o Chevrolet Equinox. Quem sabe no futuro…

A explicação da montadora para o 1.5 turbo é o downsizing. Menor, mais leve e menos potente, tende a consumir menos combustível, no caso, gasolina, apenas. A média nos quase 300 km rodados do teste drive foi de um pouco mais de 8 km/l, valor baixo, mas deve-se levar em conta que o carro foi dirigido de forma bruta, com várias acelerações e freadas bruscas.

No entanto, em um trecho de aproximadamente 5 km de freeway, com pista plana e ampla, a 120 km/h, com ar-condicionado ligado e três adultos, conseguimos medir média de quase 12 km/l de consumo. Nada mal para um carro de 1.605 kg de massa.

Vida à bordo
O motor é o único ponto fraco do novo Eclipse Cross. A vida a bordo é bastante confortável, tanto para quem dirige quanto para quem ocupa os demais assentos do veículo. Até mesmo quem viaja no banco traseiro conta com ajuste para as pernas e inclinação do encosto.

A posição de dirigir é boa, típica de SUV, com assento elevado e pernas bem dobradas. O head-up display é bastante útil e funcional. O volante conta com diversos botões para ajuste do controle de cruzeiro adaptativo (ACC) e comandos do sistema multimídia, mas para mudar as telas do computador de bordo do painel, é preciso tirar a mão do volante e buscar o seletor no painel, atrás do volante, escondido do campo de visão.

A dirigibilidade do novo Eclipse Cross é precisa. A suspensão independente nas quatro rodas, com sistema multilink na traseira e McPherson na dianteira, e barra de torção no compartimento do motor, para aumentar a rigidez estrutural da carroceria, foi trabalhada nos detalhes para fazer com que o carro rode macio em qualquer tipo de terreno. Um dos segredos são as buchas de suspensão traseiras com sistema de molas e camadas diferentes de borracha que reduzem ruídos com a carroceria e ajudam na absorção de impactos.

Chama atenção a forma como a porta se fecha à carroceria. Apesar de ser um SUV, a perna não esbarra na lateral ao sair do veículo. Assim, mesmo após um dia de off road, é possível descer do carro sem sujar a barra da calça.

Preços e ficha técnica

Alexandre Akashi

Editor da Revista Farol Alto alexandre@farolalto.com.br

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