O fator Marilyn Monroe

O que  o maior símbolo  sexual do cinema americano, Marilyn Monroe tem em comum com um dos ícones da indústria automotiva ianque? Ambos foram marcantes na década de 1950. Ela protagonizou cenas que entraram para a história do cinema. Quem não lembra, por exemplo, Marilyn com a saia voando em uma saída de ar no filme  O Pecado Mora ao Lado.

Já o  protótipo do Thunderbird foi apresentado no Salão de Detroit de 1954 como resposta ao Chevrolet Corvette. Sua primeira geração, lançada em outubro do mesmo ano e produzida até 1997, vendeu mais de 4,2 milhões de unidades. No total, a Ford produziu 12 gerações de “T-Birds”, incluindo os relançamentos de 2002 e 2005.

Não sem motivo que a atriz tenha escolhido o carro. Aliás, ela tem fotos ao lado do marido o dramaturgo Arthur Miller, então seu marido, rodando em Nova York. O veículo foi vendido no ano passado pela casa de leilões Juliens, em Los Angeles, EUA, por US$490 mil. Mais de seis vezes o preço de um Thunderbird 1956 em perfeitas condições, segundo o Hagerty Price Guide, tradicional guia de avaliação de carros clássicos do Reino Unido.

O preço pago é justificado  por ter pertencido  a Marilyn. No entanto, o maior valor pago por um Thunderbird continua a ser o da primeira unidade saída da linha de montagem, arrematada por US$660 mil em um leilão da Barret-Jackson em 2009.

Classificado como carro pessoal de luxo, o Ford Thunderbird unia conforto e performance. Com motor V8 de 225 hp e velocidade máxima de 180 km/h, era uma máquina poderosa na época. O ronco igualmente possante era acentuado pelo sistema de duplo escapamento.

Tinha também transmissão automática Ford-O-Matic, direção hidráulica, vidros e bancos elétricos e pneus faixa branca. O interior luxuoso em branco e preto era complementado por capota de lona conversível e capota rígida removível com janelas vigia (uma novidade no modelo 1956).

 Marilyn comprou seu Thunderbird em 1955 e, segundo reportagens da época, o usou na cerimônia de casamento com Arthur Miller no ano seguinte. A estrela conservou o carro durante sete anos até dá-lo como presente de aniversário de 18 anos a John Strasberg, filho do diretor Lee Strasberg, em 1962. Ou seja, pouco antes de morrer em agosto do mesmo ano aos 36 anos.

Antonio Puga

Antonio Puga é jornalista, especializado no setor automotivo

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