Com consumo de mais de 20 km/l na estrada, abastecido com gasolina, claro, o Fox Bluemotion 1.0 l Total Flex mostrou que menos é realmente mais quando o assunto é eficiência energética.
O carro não é novo, mas o motor, sim, e é nele que a Volkswagen aposta muitas fichas para o futuro.
Trata de um motor três cilindros com cabeçote e bloco de alumínio, flex, 12 válvulas, que rende 82 cv/75 cv a 6.250 rpm (etanol/gasolina), e torque máximo de 10,4 mkgf/9,7 mkgf a 3.000 rpm (e/g), com sistema de partida a frio sem tanquinho, 24 kg mais leve do que o motor quatro cilindros 1.0l usado no Gol e Voyage e também no próprio Fox.
É um motor e tanto, pois em termos de performance, não fica devendo nada ao quatro cilindros, ainda mais com uma caixa de câmbio com relações 10% mais longas como a VW instalou no Fox Bluemotion, em busca de melhor rendimento no ciclo rodoviário.
Claro que os pneus verdes (de baixa resistência ao rolamento) e a direção com assistência eletro-hidráulica também ajudam o Fox a rodar mais quilômetros por litro. Segundo a montadora, com gasolina, o Fox 1.0l BlueMotion tem redução de consumo energético de aproximadamente 16%. Quando está com etanol, são 17%.
Vida a bordo
Nem tudo são flores no Fox Bluemotion. A versão avaliada, era duas portas, sem ar-condicionado, nem vidros elétricos, e com rodas de ferro. Esta é, talvez, a configuração com maior chance de traer resultados positivos em relação ao consumo. Dito e feito.
Porém, o nível de vibração é visível, e fácil de sentir no corpo, principalmente nas arrancadas em primeira marcha. Não chega a incomodar, mas é perceptível.
No cofre do motor, é possível observar todo o trabalho do coxim superior para absorver toda a vibração do motor. Com certeza essa será uma peça de reposição que vai vender bem.
Outro componente que ainda não convenceu foram os pneus verdes. São excelentes em piso seco, mas no molhado… para se ter ideia, na semana de teste choveu muito em São Paulo e, no plano, em segunda marcha, as rodas patinavam ao apertar o acelerador com força, e isso porque o motor só desenvolve 9,7 mkgf de torque máximo. Imagina se fossem 20…
Mas estes são os únicos pontos fracos. Poderiam ser melhorados e com certeza serão.
Enquanto isso, não me importo em ter um carro que permite rodar 500 km em 10 dias que consome 1/2 tanque de combustível. Ainda que seja um Fox.
Ficha técnica
Fox Bluemotion 1.0l Total Flex
Motor: dianteiro, 3 cilindros, 12 V
Cilindrada: 999 cm³
Potência: 82 cv/75 cv a 6.250 rpm (etanol/gasolina)
Torque: 10,4 mkgf/9,7 mkgf a 3.000 rpm (e/g)
Câmbio: manual – 5 velocidades
Direção: eletro-hidráulica
Tração: dianteira
Pneus: 175/70 R14
Freios: disco ventilado na dianteira (256 mm) e tambor na traseira (200 mm), ABS com EBD
Dimensões: comprimento, 3.823 mm; largura, 1.657 mm; altura, 1.545 mm; entre-eixos, 2.465 mm
Peso: 993 kg
Volumes: porta-malas 260 l; tanque de combustível: 50 l
Desempenho: aceleração de 0 a 100 km/h em 13,2 s/13,5 s (e/g); velocidade máxima de 167 km/h/166 km/h (e/g)
Editor da Revista Farol Alto
