No mês passado reportamos o lançamento do Peugeot 408 Allure 2.0 Flex com câmbio automático de seis velocidades e nossas primeiras impressões do veículo, a partir de teste drive oferecido pela montadora em trajeto majoritariamente rodoviário.
Como era de se esperar, o novo câmbio fez milagres ao rendimento do veículo, que deixou de ser um mico para se tornar um automóvel digno da categoria que representa.
Poucos dias após o lançamento conseguimos uma avaliação mais completa, de uma semana com o veículo em diversas situações de uso cotidiana, pelas ruas e avenidas da complicada metrópole paulistana, cheia de trânsito e vias esburacadas.
O novo câmbio vem da japonesa Aisin, ligada ao grupo Toyota, e que já fornece para a Peugeot há tempos. O modelo THP do 408 utiliza esta transmissão desde o lançamento, em 2012.
A relação de marchas (veja quadro ao lado) está sob medida para o carro, que pesa 1.494 Kg. Com duas velocidades a mais do que o modelo anterior, fica perceptível a maior agilidade em saídas e retomadas, assim como na economia de combustível.
Abastecido com etanol durante todo o teste, a média urbana ficou próxima a 6 Km/l, com velocidade média de 24 Km/h. Não é o melhor dos mundos, mas para um veículo desta categoria, é razoável.
Vida a bordo
Porém, a condução em modo esportivo do novo 408 é um dos diferenciais da transmissão de seis velocidades. Além de esticar mais as marchas, cada reduzida é motivo para o ‘punta-taco’ eletrônico entrar em ação.
Isso traz um benefício e um malefício. O bom é que o motor fica sempre cheio, e o carro esperto para retomadas a qualquer instante. Em outras palavras, puxa o modo esportivo ao sentido literal da palavra. Melhor do que isso só no modo manual, com as trocas sequênciais, pena que não dispõe de borboletas atrás do volante. Mas este é um acessório que a Peugeot logo deve oferecer aos clientes.
O malefício é óbvio: eleva o consumo. Nesta condição, não adianta prestar atenção ao indicador de consumo instantâneo, pois vai estar sempre abaixo de 4 Km/l, com etanol.
No lançamento do produto, a Peugeot comentou que substituiu borrachas do sistema de suspensão para deixar o carro mais confortável. Realmente ficou. Mas, como observaram os Consultores do Jornal Farol Alto, a dianteira ainda sofre com barulhos de suspensão. Uma característica típica dos carros da PSA.
Editor da Revista Farol Alto