Especial JAC – Trinca de valetes

O J3 foi o primeiro JAC disponível no mercado, e recentemente a marca renovou boa parte estética do modelo, que ficou mais atraente e bonito por fora, e confortável por dentro, com pequenos toques de sofisticação, graças a apliques em black piano no volante, console central e apoios de porta.

Com preço a partir de R$ 37.290, vem com ar-condicionado, direção hidráulica, vidros, travas e retrovisor externo elétrico, e os agora obrigatórios air bags duplos e freios ABS.

Assim como todos os modelos JAC, não conta com computador de bordo, item cada vez mais comuns nos veículos. É de se esperar que a marca inclua este dispositivo em breve, pois se em 2011 quando foi lançado tinha como bordão ‘o completão’, hoje entrega apenas o básico ao consumidor.

A versão avaliada contava com kit JLB, um excelente acessório de áudio  formado por alto-falantes e amplificador, sendo um conjunto de woofer de 5” e tweeter na dianteira, e alto-falantes  triaxiais de 4” na traseira, além de uma caixa com subwoofer de 8” e um amplificador no porta-malas.

Vida a bordo
Como a JAC não mexeu na mecânica do carro, o comportamento dinâmico não mudou. O motor 1.4 de 108 cv não faz feio e carrega os 1.060 kg do J3 sem problemas. Mas não espere um grande desempenho.

O bom conjunto de suspensão filtra bem as muitas irregularidades do asfalto brasileiro, e apesar de ainda se escutar ruídos de batente e do tampão traseiro, permite rodar com bastante conforto e estabilidade, graças ao sistema Dual Link adotado na suspensão traseira. Na dianteira prevalece o bom McPherson.

O consumo é modesto, na casa dos 10 km/l na cidade, com trânsito leve, na gasolina. Ao contrário dos concorrentes diretos, o J3 bebe apenas o derivado do petróleo, não é flex. Este é um ‘defeito’ que em breve será resolvido. Afinal, o consumidor quer ter o poder de escolha…

JAC J5
Com mais de 4,5 metros de comprimento, o JAC J5 é um sedan médio de tamanho avantajado, o que resulta em excelente espaço interno e conforto.

O entre-eixos de 2,71 metros é superior a de modelos como Toyota Corolla (2,6 m) e Honda Civic (2,66 m), que pertencem a uma gama mais elevada na hierarquia de concorrentes, pois têm custo superior a R$ 60.000, enquanto a JAC pede R$ 51.490 pelo J5.

Por este preço concorre diretamente com Chevrolet Cobalt, Fiat Linea, Ford New Fiesta, Honda City, Hyundai HB20S, Nissan Versa, Toyota Corolla e VW Polo, tendo como vantagem o maior tamanho. É, literalmente, mais carro por m².

Porém, o motor 1.5 litro de 125 cv e 152 Nm de torque máximo não combina com o volume e peso do modelo. Apesar de moderno – tem bloco em alumínio e conta com tecnologia de comando de válvulas variáveis, que ajuda nas arrancadas e retomadas -,  é claro a falta de fôlego para carregar tanta massa. Não chega a se insuficiente, mas frustra. A maior vantagem do propulsor é o uso de corrente ao invés de correia de borracha, o que reduz o custo de manutenção.

Vida a bordo
Pelo excelente espaço interno, o J5 acomodaria cinco passageiros com total conforto. Só não o faz pois no banco traseiro há apenas dois encostos de cabeça. Um deslize bobo, fácil de corrigir e que faz diferença.

Porém, em contrapartida, conta com saída de ar condicionado para os ocupantes do banco traseiro, item de conforto que não está presente na maioria dos concorrentes diretos.

Em compensação, alguns itens que são oferecidos como opcionais pela concorrência estão ausentes no JAC, como acendimento automático de faróis, sensor de chuva, espelho retrovisor fotocromático e computador de bordo. Este último é, talvez, o item que mais faz falta no J5, além de um motor mais potente.

No entanto, conta com um bom conjunto de suspensão independente nas quatro rodas, com o tradicional sistema McPherson na frente e um Dual Link na traseira. O resultado é mais estabilidade em curvas. Se tivesse um motor mais forte, seria interessante levar o modelo ao limite.

O posicionamento de dirigir é bom, mas podia contar com ajuste de profundidade do volante, que regula somente a altura. O banco do motorista conta com regulagem de altura e profundidade. A unidade avaliada estava com um pequeno defeito no porta-óculos, que só abria depois de forçar a peça para fora. Um detalhe fácil de resolver.

Porém, o grande trunfo do sedan da JAC é o design de linhas suaves e elegantes permite chegar bem em qualquer lugar. Segundo a JAC, o desenho tem autoria do Centro de Design da JAC Motors em Turim, Itália, em conjunto com o Estúdio Pininfarina.

JAC J6
A segunda geração da minivan chinesa J6 é, sem dúvidas, uma boa evolução em relação à antecessora, porém e apesar disso, ainda existem pontos que podem ser melhorados neste carro familiar que a marca cobra R$ 59.990.

O primeiro é o preço. Em termos comparativos, o Nissan Grand Livina, que também leva 7 pessoas, é cotado pela Fipe em R$ 52.393, com câmbio automático, enquanto o J6 vem com transmissão manual.

É certo que o design do J6  é bem mais atraente e isso vale pontos preciosos, assim como o motor 2.0 litros de 136 cv e 187 Nm de torque. Porém o propulsor em sí também poderia ser melhor.

De todos os modelos da JAC, o J6 é o único que não possui comando de válvulas variáveis (CVV), o que faz muita falta, pois o desempenho é sofrível em aclives e retomadas.

Em todas as subidas de ladeira, foi preciso engatar segunda marcha e esperar um bom tempo para o motor reagir.

Vida a bordo
No entanto, o J6 trata bem os passageiros. Os assentos são confortáveis e o amplo espaço interno não deixa dúvidas de que este é realmente um carro para a família.

Porém o motorista precisa ter boa visão para enxergar as informações do velocímetro e conta-giros, pois o painel de instrumentos é bastante ruim de ler, principalmente durante o dia, ocasião que normalmente se usa óculos escuros. Se a lente for polarizada, fica praticamente impossível ver os números.

A solução é decorar o posicionamento dos números do velocímetro e se orientar somente pelo ponteiro, tal como em um relógio analógico.

Outro item que precisa ser melhorado é o sistema de ar-condicionado, que tem um bom fluxo e resfriamento, mas controle eletrônico inútil, que não permite a regulagem automática da temperatura, apesar de ter esta opção.

Além disso, o termômetro externo sofre grande interferência da temperatura do motor, e mesmo nos momentos mais frios do dia indica 49ºC.

De modo geral, o J6 é uma boa opção de minivan, mas poderia ter um preço um pouco mais competitivo, ainda mais agora que o mercado de modelos de 7 lugares é cheio de concorrentes.