A negligência custa caro. Falamos e repetimos isso constantemente. Alguns ouvem, outros não. É pena, pois apesar de nós, reparadores automotivos, vivermos de consertar carros, queremos o melhor para nossos clientes. E para eles é muito mais vantajoso fazer manutenção preventiva do que a corretiva.
Atendemos recentemente um Peugeot 207, 1.6 flex, ano modelo 2009/2010, com 189.500 km, mas este caso poderia ter acontecido com qualquer outro modelo de veículo. Chegou de guincho na nossa oficina, a Mecânica de Castro, pois estava com o radiador furado. O dono do carro queixava-se de barulho no motor, além do vazamento de água.
Avaliamos o problema e encontramos o motivo do barulho no motor: o coxim inferior do câmbio havia se rompido e, conforme o carro se movimentava, o powertrain batia no radiador e em partes da suspensão.
O coxim inferior do câmbio deste carro possui um parafuso no centro que em caso de deterioração da borracha, sustenta o peso do powertrain por algum tempo. Sem a borracha, o motorista ouve uma batida forte de metal sobre metal, e quando isso acontece deve ir o mais rápido possível a uma oficina, saber do que se trata.
Com 189.500 km, esse coxim nunca havia sido substituído, era o original de fábrica, o que é uma conquista pois normalmente deve ser trocado a cada 40.000 km, de forma preventiva, e com verificações a cada 10.000 km.
Deu para perceber que o dono do carro não era muito adepto da manutenção preventiva e, mesmo depois de rompido, aguardou o carro parar definitivamente para levá-lo a oficina. Constatamos que o parafuso que de sustentação já não se encontrava mais onde deveria estar e, por isso, o deslocamento do conjunto motor-câmbio aumentou e danificou o radiador, assim como as bieletas da suspensão.
A moral dessa história é que o conserto ficou caro para o dono do carro. Se ele tivesse parado assim que o ruído começou, teria gasto no máximo R$ 300 na troca do coxim inferior do câmbio e na mão de obra. Mas, infelizmente precisou desembolsar mais de R$ 2.000, pois foi preciso ainda trocar o radiador e o líquido de arrefecimento, e as bieletas do sistema de suspensão.
Só lamentamos o fato de o cliente ter se recusado a fazer o serviço completo, que era ter trocado os demais coxins de forma preventiva e (que também são os originais de fábrica).
Por sorte utilizamos um sistema de gestão de oficinas, o OnMotor, que nos fornece informações interessantes, a partir do perfil de utilização do veículo, que nós mesmos, da oficina, cadastramos. Sabemos, assim que este cliente utiliza o carro de forma intensa, e necessita de uma mãozinha para realizar as revisões periódicas. Assim, no tempo certo o OnMotor nos informará que já está na hora desse cliente trocar o líquido de arrefecimento, e assim enviaremos para ele um email e um SMS para alertá-lo desse procedimento. Desta forma, o sistema Onmotor, trabalha nos auxiliando a conscientizar nossos clientes da importância e do menor custo que manutenção preventiva representa para o dono do veículo, em relação à manutenção corretiva.
Editor da Revista Farol Alto