Já faz alguns dias estou com um veículo com essas características na oficina. Um carro antigo, que as peças são difíceis de encontrar, com defeito que pode ser a bobina. Felizmente hoje em dia existem equipamentos que nos ajudam a testar este tipo de componente. Assim retirei a bobina do carro e fiz um teste de bancada com esta ferramenta.Com o advento e ampliação do uso de componentes eletrônicos no gerenciamento e controle automotivo, algumas vezes recorremos à pratica da eliminação do defeito por tentativa e erro, principalmente em veículos populares, que as peças de reposição são abundantes e relativamente baratas. Mas, nos casos de veículos mais antigos e não tão populares, ou até mesmo carros premium, esportivos e de luxo, que as peças são difíceis de encontrar e consequentemente muito caras, é preciso ter 110% de certeza antes de condenar um componente eletro-eletrônico, como uma bobina.
Aparentemente, a bobina não estava passando corrente. Na bancada, ligamos o equipamento de teste à bobina com auxílio dos cabos que já vem com o aparelho. Para tanto usamos uma bateria automotiva comum, de 12 Volts, para alimentar a bobina e o aparelho. Aterramos tudo e selecionamos o teste de bobina no equipamento, que nos permite verificar a potência do componente, além de saber se está ou não queimado.
Como funciona
A bobina de ignição tem como função gerar alta tensão para a formação de centelha. Tem construção similar a um transformador, composto por um enrolamento de fio de cobre primário, um enrolamento de fio de cobre secundário, o núcleo de ferro e uma caixa com material de isolamento.
O enrolamento primário tem fio grosso e poucas voltas, enquanto o secundário fio fino e um número grande de voltas. A relação entre primário e secundário é que determina a tensão de saída da bobina, que normalmente é de 8.000V a 45.000V, dependendo do veículo.
O enrolamento primário recebe baixa tensão da bateria, 12V, isso gera um campo magnético que induz uma corrente no núcleo de ferro e consequentemente uma tensão no enrolamento secundário. As primeiras bobinas eram bem simples, e tinham acionamento por interruptor de contato, por meio do distribuidor.
O passo seguinte foi introduzir distribuidores eletrônicos, que eliminaram a necessidade do interruptor por contato, e mais recentemente o controle eletrônico e individual das bobinas, em que cada cilindro tem um conjunto de vela e bobina e a centelha é controlada pela ECU.
Editor da Revista Farol Alto