Atualmente, um dos maiores fornecedores de serviços para as oficinas de reparo automotivo são os instaladores de acessórios. Há os que trabalham muito bem, estudam bastante para não fazer besteira no carro, mas existem aqueles que não tem o mesmo cuidado, e normalmente são os que cobram menos da metade do preço da concorrência. Isso ocorre no nosso setor também, e quase sempre são responsáveis por colocar defeitos onde não havia nada de errado.
E cabe aos outros encontrar o problema, e ao cliente, lamentar. Foi o que ocorreu com um Chevrolet Captiva Sport 2.4 2010/2011, com 73.449 km que atendemos recentemente. O dono do carro reclamava da luz de ABS acesa e defeito no indicador de marcha do painel, que demorava para informar a marcha engatada, e enquanto o carro estava na oficina, o câmbio automático simplesmente parou de funcionar.
Fizemos o diagnóstico com scanner, que informou erro no sensor das rodas dos lados dianteiro esquerdo e traseiro direito, porém ao realizar teste com os sensores, descobrimos que estavam em perfeitas condições, mas o módulo do sistema de ABS enviada sinal errado para o sensor.
O problema era, então, o módulo, que sofreu algum tipo de avaria elétrica e precisou ser trocado. Já em relação às marchas, o defeito também era no módulo da transmissão automática, que queimou e precisou ser trocado.
Ao avaliar o carro com mais rigor, descobrimos uma série de gambiarras sob o painel, com fios desencapados. Recentemente, havia sido instalado uma série de acessórios elétricos no veículo, com sensor de ré e kit multimídia. Não podemos dizer com certeza de que isso foi responsável pelos defeitos, uma vez que este tipo de veículo é sujeito à queima de módulos até mesmo por uma chupeta mal feita.
Diferentemente de carros mais simples, ao fazer a chupeta na Captiva, deve-se se certificar que o carro doador de energia está com o motor desligado ao dar a partida, pois do contrário o pico de corrente é muito alto e pode queimar diversos módulos como ocorreu neste caso. No final das contas, o preço pago foi alto: mais de R$ 4.500 pelos módulos e mão de obra.
Editor da Revista Farol Alto