O caso que vamos relatar hoje é impressionante pela forma com a qual o motorista descobriu o defeito do carro, uma vez que se trata de um veículo com certa reputação no mercado, e por isso mesmo não deveria apresentar tal problema. Mas os fatos não mentem, e infelizmente o prejuízo foi grande.
O carro, um Hyundai Santa Fe V6, 2.7, ano/modelo 2010, com 110.000 km rodados chegou de guincho na oficina. O proprietário mora em São Paulo e trabalha em Jundiaí, assim a maior parte do tempo utiliza o carro na estrada, com motor em rotação ideal de trabalho.
No dia que veio parar aqui na oficina, estava a caminho do trabalho quando de repente o motor travou de vez e quase capotou. Sem nenhum tipo de aviso, só percebeu alguns segundos antes que a temperatura do motor subiu repentinamente e depois tudo parou de funcionar.
Já na oficina, descobrimos que o motor havia sido seriamente danificado. As bobinas fundiram no cabeçote, o sensor de detonação derreteu e diversos componentes internos sofreram danos irreparáveis. Em outras palavras, foi o fim deste motor, que necessitou de uma troca completa.
Ao investigar as causas do defeito, descobrimos um pó branco no radiador, que estava completamente seco. Todo o fluido de arrefecimento havia evaporado ou vazado do radiador, de uma única vez, e isso provocou sobreaquecimento no motor que acabou fundindo.
Descobrimos também que o sensor de temperatura do óleo estava defeituoso, sem resistência, o que pode ter agravado ainda mais o caso.
Mas o intrigante é o pó branco dentro do radiador, assim como em uma pequena área localizada na região inferior direita, por onde houve um enorme vazamento de fluido de arrefecimento, causado por um furo, provavelmente fruto de corrosão.
O pó branco é resultado da eletrólise, uma reação química entre o líquido de arrefecimento e o alumínio do radiador. Muito provavelmente, abasteceram o sistema com aditivo e água comum ao invés de água desmineralizada. A água da torneira é condutora de eletricidade, que pode até corroer o metal.
O radiador estava furado, mas muito antes disso, a água estava reagido com o alumínio e virando pó dentro do radiador. O desastre era eminente.
Editor da Revista Farol Alto