Este mês tivemos um caso de defeito intrigante aqui na oficina. Tratava-se de um Volkswagen Fox 1.6 I-Motion 2011, com 81.000 km rodados, com problema de engate das marchas. Somente a primeira entrava, o que nos levou a acreditar que o sistema robotizado tinha algum defeito.
Não foi difícil encontrar o motivo de o câmbio ter entrado em módulo de emergência, porém é duro entender como isso pode ter acontecido. Nosso diagnóstico mostrou que o nível de óleo lubrificante que aciona o sistema hidráulico do câmbio estava muito baixo, e para evitar a queima dos componentes, o módulo de controle limitou a operação do robô que efetua as trocas de marchas, para obrigar o motorista a parar o carro para manutenção.
Porém, tanto o fabricante do câmbio (Magneti Marelli) quanto a montadora (Volkswagen) alegam categoricamente que não é preciso, nunca, trocar o óleo do sistema robotizado, nem tampouco completar o nível, pois trata-se de um sistema fechado. Bom, está comprovado que não é bem assim, e merece uma revisão no projeto.
Avaliamos o sistema como um todo e não havia sinais claros de vazamentos, assim, para onde foi o óleo? Este é o misterioso caso do sumiço do óleo do I-Motion. E não é o único. Há diversos de casos assim.
Independente deste defeito crônico e intrigante, tivemos uma segunda surpresa desagradável ao realizar os procedimentos para substituição do óleo. Sim, trocamos todo o óleo, pois não é recomendado completar o nível, simplesmente.
E um alerta: quem tem um carro com este tipo de câmbio e perceber defeito parecido, nunca tente abrir a tampa do reservatório de óleo sem antes despressurizar o sistema, com auxílio de um scanner. Isso é necessário para não danificá-lo mais ainda. Despressurizamos, tiramos o óleo velho, colocamos o novo e partimos para o procedimento de reaprendizagem do câmbio.
Contamos com dois scanners aqui na oficina e ambos nos foram vendidos como aptos para este trabalho, porém tanto o Rasther II quanto o Raven 3 se mostraram ineficazes. Os programas chegavam a ler o sistema, realizavam alguns testes, mas nada de finalizar o processo de aprendizagem. O fabricante do Raven 3 ficou curioso e nos dará um parecer posteriormente. Já o Rasther conta com uma versão mais moderna, porém se esta possui o procedimento, deveria ser eficiente.
A solução foi buscar um equipamento emprestado. Usamos um Kaptor V3, com todas as licenças existentes. Na primeira tentativa resolvemos o caso.
Editor da Revista Farol Alto