Baixa quilometragem nem sempre é sinônimo de veículo bem cuidado. É, sim, um carro pouco usado, mas até mesmo eles precisam de manutenção preventiva. Ocorre que nem sempre recebem atenção devida, justamente por serem utilizados com menor frequência.
Foi exatamente isso que aconteceu com um Passat 1.8 20V Turbo 2004/2005 que recebemos na oficina recentemente. Com apenas 51.436 km rodados, chegou com o motor travado e diversos problemas, resultado da falta de cuidados, uma vez que raramente era utilizado.
O primeiro passo foi verificar o óleo motor e logo de cara descobrimos que fazia muito tempo que ele não era trocado e havia virado uma borra dentro do motor. Ao retirar a vareta de medição, o resultado era uma gosma escura que mal escorria pela vareta.
Abrimos, limpamos, retificamos o cabeçote, o kit completo da correia dentada, velas e bobinas de ignição. Tudo parecia que ia funcionar, porém a má lubrificação fez mais uma vítima nesse motor: o turbo. E este é um alerta para todos os proprietários de veículos turbo, dispositivo que está cada vez mais presente nos automóveis, por conta do movimento de downsizing de motores promovido pelas montadoras, em busca de maior eficiência energética e, consequentemente, menor emissões de gases poluentes e de efeito estufa.
Ocorre que os turbos utilizam como fonte de lubrificação e arrefecimento do rotor o mesmo óleo lubrificante do motor. Assim, os veículos turbo modernos são extremamente sensíveis à troca de óleo. Postergar o serviço ou simplesmente ignorá-lo pode custar muito mais caro depois.
Neste Passat, as paletas do rotor chegaram a entortar por causa da deficiência de lubrificação. Todo o serviço ficou em mais de R$ 10.000, em um veículo que tem preço estimado em R$ 25.000. Assim, mesmo que não for usar o carro com frequência, é recomendável manter a manutenção preventiva em dia.
Editor da Revista Farol Alto