Esses dias chegou um cliente aqui na oficina questionando sobre um líquido que estava minando no tapete do carro no lado do motorista. Era um Ford New Fiesta 2014, com apenas 36.000 km rodados. Já fazia tempo que não víamos defeito de infiltração nos carros.
Fomos verificar o tal líquido e constatamos que era um fluido oleoso. Durante a inspeção, o cliente nos informou que ao andar com o carro começou aparecer no computador de bordo a indicação de baixo nível de óleo de freio, e a luz vermelha do freio de estacionamento começou a acender no painel de instrumentos.
Checamos o reservatório do fluido de freio e detectamos que o nível estava baixo. Passamos a procurar o vazamento, pois só há dois fatores que fazem o nível do fluido baixar: pastilhas muito gastas e algum vazamento. Como as pastilhas estavam novas, procuramos algum tipo de rompimento no circuito do sistema de freio.
Começamos pelo local mais lógico, e fomos olhar na região das pedaleiras do veículo, e constamos que o óleo vinha do cilindro do atuador de embreagem do pedal, que estava danificado. O que mais nos espanta e que trata-se de um carro novo, ano 2014 com exatos 35.976 km. Ai vem o meu questionamento: Por que a cada dia que passa percebo que as peças dos carros duram cada vez menos, tanto as novas que vem de fábrica nos carros novos quanto as de reposição que encontramos nas autopeças?
Para mim, que sou reparador automotivo, não é ruim pois este é meu ganha-pão, mas será que é por este caminho? O consumidor paga muito caro neste país para realizar o sonho do carro zero km, novo, com designe de chamar atenção, mas debaixo daquela casca maravilhosa tudo é frágil e feito para quebrar.
Por este motivo sempre procuro orientar meus clientes a pesquisar e muito a respeito do carro que ele tem interesse e, se possível, antes de fechar negócio, procurar um profissional de confiança do setor automotivo para ouvir o que ele tem a falar sobre o modelo escolhido. Essa dica serve para todos.
Com relação ao carro com defeito, o reparo foi simples e não custou muito caro. Na concessionária, o cilindro atuador custou R$ 98, o fluido de freio R$ 40 e mão de obra foi de R$ 120, um valor total de R$ 258. Mas será que já estava na hora de dar este tipo de defeito?
Editor da Revista Farol Alto