No dia a dia de uma oficina enfrentamos casos que demandam paciência sobre-humana, tanto o profissional quanto o cliente, dono do carro. Este é um deles, e felizmente teve final feliz.
Dias atrás, chegou na oficina um Citroën C3 Picasso ano 2012/2013, com menos de 40.000 km rodados, com a luz de injeção acesa. O primeiro passo nestes casos é passar o scanner automotivo para fazer o diagnóstico do defeito. A leitura que obtivemos foi falha de cilindro.
Existe inúmeros motivos para esta falha ocorrer. Normalmente, está relacionada a má queima de combustível. Como já estava na hora de se fazer a revisão periódica, com troca de velas e filtros (ar e combustível), verificamos estes itens e detectamos que já estavam muito gastos. Trocamos e aproveitamos para equalizar a vazão dos bicos injetores, que apresentavam diferenças, causada pelo acúmulo de impurezas ao redor dos furos.
Com o equipamento de diagnóstico, apagamos a luz de injeção, limpamos a memória do computador testamos o carro e liberamos para o cliente.
Passou dois dias e o cliente voltou à oficina com o C3 Picasso com a luz acesa de novo e falhando. Repassamos tudo de novo e ao passar o scanner, um novo defeito a vista: aquecimento da válvula termostática. Trocamos o conjunto da válvula, ressetamos a luz, testamos o veículo e entregamos ao cliente.
Após três dias, o veículo retorna mais uma vez, com o mesmo defeito e falhando. O que seria uma simples revisão já estava virando pesadelo. Não havia motivos aparentes para aquela luz acender consecutivamente, a não ser que o motor estivesse com algum problema muito mais grave do que o scanner conseguia nos informar.
Decidimos então fazer um check-up completo, colocamos o veículo no elevador e começamos a desmontar tudo que era relacionado ao sistema de injeção. Foi nesse momento que o mecânico Luciano observou, ao retirarmos a capa lateral da correia dentada, que o tensionador da correia não estava cumprindo o papel para o qual foi projetado: esticar a correia dentada.
Até então, não tínhamos motivos para desconfiar dela, uma vez que o manual de serviço só recomenda a troca da correia após 60.000 km. Com isso, o ponto atrasava por causa do tensionador. Fizemos a substituição do componente, que falhou antes da hora, e o problema foi resolvido. Assim, fica a dica: vale a pena sempre verificar esse item, quando um veículo desses for à oficina.
Editor da Revista Farol Alto