Somente em uma semana, peguei três casos de quebra de correia dentada. Um deles, inclusive, avisamos o cliente que isso poderia acontecer, mas como muitos fazem, disse que iria vender o carro, por isso não precisava. Pois bem. O carro era um Citroën C3 1.4 8V, 2006, com 79.600km. Chegou de guincho à oficina para consertar o alternador, que parou de funcionar. Verificamos a quilometragem e aproveitamos para fazer uma revisão geral.
Encontramos uma série de itens que precisavam de atenção e avisamos o cliente. Os freios já estavam no fim de vida útil, já havia passado o tempo da troca de óleo e filtro e, pela quilometragem, recomendamos a troca da correia dentada. “Não vou fazer nada pois vou vender o carro”, respondeu o cliente. Tudo bem, escolha dele. Um mês depois, em uma viagem com a família, o carro parou na estrada. No dia seguinte trouxe para a oficina, de guincho, dizendo que o carro havia parado e que o problema do alternador tinha voltado. Girei a chave no contato e ficou claro que a correia dentada havia se rompido.
Este caso é clássico e só acontece com os outros. O rompimento da correia dentada atropelou válvulas e o que era um serviço de R$ 350, agora vai custar mais de R$ 3.000, pois tem de fazer retífica de cabeçote, trocar válvulas, juntas, correia dentada, tensionador, correia auxiliar, filtros e óleo. Agora vai ter de fazer o serviço, pois sem motor, não consegue vender o carro.
Engenheiro mecânico, proprietário do Centro de Diagnóstico Automotivo Torigoe, na Rua Serra de Botucatú, 2724, Tatuapé. (11) 2097-8440