Há pouco mais de um ano, refiz o motor do carro de um cliente, um Chevrolet Vectra 2.0 8 válvulas 2009, que precisou de retífica. Algo errado aconteceu, pois em outubro do ano passado o veículo voltou à oficina, com o virabrequim estourado. Decidimos, então, trocar parcialmente o motor.
Fomos até a concessionária Nova, na avenida Celso Garcia, no Tatuapé, em São Paulo, e compramos um motor parcial, novo, montado. Bloco completo e um cabeçote, sem válvulas. Por sugestão do vendedor técnico da concessionária, adquirimos também filtros de óleo e óleo lubrificante, para não ter nenhum tipo de problema posterior. Uma conta de R$ 3.569,75.
Aproveitamos para trocar diversas peças do motor: válvula termostática, embreagem, sensor de rotação, correia dentada, filtro de ar, junta do coletor e do cabeçote, válvulas de admissão e escape, entre outros. No fim, o carro voltou a funcionar novamente, tal como deveria, e o cliente ficou satisfeito.
Infelizmente a alegria durou pouco. Dois meses após retirar o veículo da oficina, o carro retornou, de guincho. Após rodar aproximadamente 2.000 km com o novo motor, o carro parou na estrada. O proprietário informou que ouviu um barulho estranho e parou no acostamento, verificou o nível da água e do óleo, que estava baixo. “Foi quando notei uma grande quantidade de óleo no chão”, disse.
Nunca mais será
possível confiar nas
peças genuínas da GM
Ao levantar o carro no elevador, encontramos um buraco no carter com uma biela cravada nele. Como compramos o motor montado, contatamos a concessionária Nova em busca de garantia, porém as respostas que nos foram dadas até o momento não foram satisfatórias.
Primeiramente, o atendente não sabia dizer qual procedimento tomar e nos indicou para falar com o chefe de oficina, que pediu para desmontarmos o motor e enviar as peças danificadas para a concessionária. Como compramos o motor montado, me recuso a desmontá-lo, pois se o fizer, perderei a garantia, certamente.
O pior foi a resposta do gerente de serviços da concessionária, com quem falamos na sequência, que sem ao menos ver o defeito chutou um diagnóstico: calço hidráulico. Como ele pode saber sem ao menos ver o carro? Querem, agora, que eu leve o carro na concessionária para fazer diagnóstico, ao custo de R$ 600. Caros, não sou leigo, sou reparador profissional há mais de 40 anos! Sei quando o problema é falta de qualidade! Esse motor parcial que venderam para o meu cliente não estava bom e estourou. É preciso agora uma posição firme da GM, pois do contrário nunca mais será possível confiar nas peças genuínas da marca.
Toda comunicação entre a minha oficina, Centro de Diagnóstico Automotivo Torigoe, e a concessionária Nova está sendo acompanhada pelo dono do carro, que felizmente entende que o problema é do fornecedor da peça, no caso a GM. E o pior é que já entramos em contato com o 0800 da GM e nos informaram que o veículo em questão não tem garantia de motor. Mas não queremos a garantia do veículo, e sim do motor parcial comprado na concessionária.
Engenheiro mecânico, proprietário do Centro de Diagnóstico Automotivo Torigoe, na Rua Serra de Botucatú, 2724, Tatuapé. (11) 2097-8440