Os carros híbridos, aqueles que contam com dois motores, um a combustão interna e outro elétrico, irão se popularizar em um futuro próximo. De acordo com executivos da sistemista BorgWarner, o primeiro passo é a adoção em massa da plataforma de 48 volts, mais simples e de menor custo de implantação.
Newton Santos, gerente de vendas e engenharia da linha de eletrificação da BorgWarner, explica que a plataforma 48V consegue reduzir consumo de combustível em até 20%, quando comparado com os veículos a combustão interna atuais. Porém, alerta para a necessidade de uma legislação de segurança apropriada, ainda inexistente.
Na prática, a plataforma 48V consiste em adicionar um conjunto de baterias de 48V adicional à de 12V e substituir o alternador e o motor de partida por um conjunto único, um motor-gerador elétrico de 20 a 25KW de potência, o suficiente para iniciar o movimento do veículo, momento de maior consumo nos carros a combustão interna. “Pode ser uma única bateria ou não, isso depende do projeto de cada montadora”, explica Santos.
Juntamente com o motor-gerador, a plataforma 48V possibilita adicionar outros componentes já produzidos pela BorgWarner, com destaque para o eBooster, um turbocompressor acionado eletricamente que elimina turbo legs em baixas rotações. “O conjunto de soluções com motor-gerador e eBooster permite reduzir o tamanho do motor a combustão e com isso ganhar ainda mais economia”, comenta Vitor Maiellaro, gerente geral da linha de turbos da BorgWarner.
Mas, para quando o consumidor pode esperar por isso? Segundo Maiellaro, ainda serão necessários 5 anos para que este tipo de hibridização se torne comum no Brasil. Na Europa, por exemplo, o VW Golf já começa a ser oferecido com a tecnologia 48V. “Lá, muito provavelmente os veículos híbridos dominarão o mercado, enquanto a Ásia deve focar maiores esforços nos veículos 100% elétricos”, comenta.
Fato é que a grande barreira para a popularização dos veículos elétricos ou híbridos no mundo ainda são as baterias, que são muito pesadas, extremamente sensíveis à mudanças de temperatura e ainda pouco eficientes. A solução talvez seria desenvolver carros elétricos sem bateria.