Mclaren Senna, o superespotivo para passear pelas ruas

Se faltava algum argumento para ir ao Salão do Automóvel de São Paulo, que acontece 8 a 18 de novembro, agora a dúvida desaparece por completo. Afinal, entre os carros dos sonhos, ou seria melhor dizer  supermáquinas, a Mclaren  apresenta aos visitantes o superesportivo McLaren Senna, o modelo de rua mais radical e ousado produzido pela marca inglesa.

o novo McLaren Senna é o carro de estrada mais rápido de toda a história da McLaren: atinge velocidade máxima de 340 km/h e acelera de 0 a 200 km/h em apenas 6,8 segundos. Conta com motor V8 bi-turbo, de 4 litros, com 800 cavalos de potência máxima (a maior entre todos os modelos de rua da marca) e 800 Nm de torque, sendo 700 Nm disponíveis a apenas 7.000 rpm.

Para transmitir em sua pilotagem as mesmas sensações que Ayrton Senna experimentou com seus carros de corrida, o McLaren Senna traz ainda outras características como a tecnologia Ignition Cut adotada da Fórmula 1, que provoca um corte momentâneo de centelha durante uma mudança de marchas para proporcionar trocas mais rápidas possíveis. Com este corte na ignição, tanto na troca de uma marcha para cima ou para baixo, esta tecnologia proporciona um aumento de desempenho em linha reta. O conjunto de transmissão é completado por uma caixa de câmbio de sete marchas, com embreagem dupla e transmissão contínua, que fornece a tração do motor montado entre-eixos para as rodas traseiras.

Outra tecnologia do superesportivo está em sua aerodinâmica de chassi proporcionada por combinar a suspensão desenvolvida para o McLaren P1 com a mais recente criação de controle denominada RaceActive Chassis Control II. Esta inovadora suspensão hidráulica traz o modo Race, que reduz significativamente a altura do esportivo em movimento, melhorando o centro de gravidade e a aerodinâmica. Assim, à medida que a velocidade aumenta, a suspensão endurece para suportar as crescentes cargas aerodinâmicas, o que garante ainda mais controle ao motorista em utilizações esportivas de pista ou de estrada.

Aerofólio traseiro com função de asa de Fórmula 1

O McLaren Senna tem elementos aerodinâmicos ativos, incluindo o aerofólio traseiro duplo controlado por um sistema hidráulico. Sua atuação lembra a asa de um carro de Fórmula 1, já que ele se reposiciona constantemente para aumentar o nível de pressão aerodinâmica, além de atuar como freio aerodinâmico em velocidades altas. Todas as tomadas de ar são funcionais, inclusive aquelas presentes abaixo dos faróis e das lanternas.

O sistema de freios é o mais moderno já instalado em um esportivo de via pública da McLaren. Utiliza tecnologia de corrida com discos de cerâmica de carbono que a, cada geração, demoram cerca de sete meses a serem criados (sete vezes mais do que um disco de cerâmica de carbono convencional). As pinças dianteiras inspiradas na Fórmula1 apresentam um design monobloco super-rígido e seis pistões ventilados para reduzir as temperaturas. Um servo-freio usado no McLaren P1  GTR somente para pista melhora a modulação e a consistência do pedal.

O resultado entre a mistura destes componentes de freios feitos para a pista tornam o McLaren Senna um carro superseguro nas frenagens: percorre a distância de apenas 100 metros vindo à velocidade de 240 km/h e menos de 30 metros na velocidade de 100 km/h. Colaboram também os pneus especiais Pirelli P Zero Trofeo R 245/35 ZR 19 na frente e 315/30 ZR 20 na traseira, que envolvem as rodas de alumínio ultraleves com uma porca central – como em um carro de competição.

Sistema de escape especial

O McLaren Senna se destaca por ter o monocoque mais reforçado para um veículo de rua da fábrica inglesa. Todas as partes da carroceria são feitas de fibra de carbono, contribuindo para fazer dele o automóvel mais leve da McLaren desde o mítico F1: são apenas 1.198 kg. Outro diferencial é o sistema de escape com três canos que saem pelo deck traseiro liberando ineditamente os gases pelo lado de cima da carroceria, em ângulo que favorece a aerodinâmica e melhora o resfriamento do motor, visível por fora por meio de uma cobertura leve de policarbonato.

Dentro do cockpit  a vida é de piloto. O volante de três raios é semelhante ao do modelo 720 S, shift paddles e livre de botões e interruptores. Os mecanismos de abertura das portas e de acionamento das janelas foram instalados num console montado no centro do teto, onde ficam também outras funções vitais do carro, incluindo o botão do modo Race e até o comando para acionar e desligar o motor.

Praticamente todas as partes do interior têm fibra de carbono exposta, com exceção do revestimento do teto e dos bancos do tipo concha, que podem ser recobertos por couro ou Alcantara. Atrás dos assentos fica um compartimento para acomodar um par de macacões e dois capacetes ou pequenos objetos. A estrutura das portas, que se movimentam para cima e até os seus amortecedores pneumáticos ficam à mostra para diminuir algumas gramas no peso.

O superesportivo já tem 500 unidades sendo produzidas na Mclaren Automotive, em Woking, na Inglaterra, e todas vendidas. Deste total, três virão para o  Brasil, chegando no final do primeiro semestre de 2019. Como toda preciosidade, o bólido tem seu preço: R$ 8 milhões.

 

 

 

Antonio Puga

Antonio Puga é jornalista, especializado no setor automotivo

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