Há 40 anos a Fiat lançava seu primeiro carro que utilizava o etanol como combustível, o 147. Isso aconteceu no dia 5 de julho de 1979. Apelidado de “Cachacinha” por causa do odor característico exalado pelo escapamento, ele foi um marco no desenvolvimento de uma tecnologia nova.
A história do Fiat 147 a etanol remonta a 1976, quando as pesquisas e desenvolvimento do motor movido ao derivado da cana-de-açúcar. Em 1978, a montadora desenvolveu o motor 1.3 de 62 c.v. de potência e 11,5 kgfm de torque que se mostrou adequado para o uso do etanol que o propulsor a gasolina de 1.050 cm3, até então utilizado na versão a gasolina.
Em setembro de 1978, um Fiat 147 100% a etanol realizou o teste definitivo, uma viagem de 12 dias e 6.800 quilômetros de extensão pelo país, percorrendo uma média superior a 500 km diários, três mil quilômetros por vias de terra e variações climáticas de mais de 30 graus.
O motor passou por modificações como a taxa de compressão foi bastante elevada, de 7,5:1 da versão a gasolina para 11,2:1, e a carburação passou a trabalhar com mistura ar-combustível bem mais rica (com maior percentual de combustível). Essa era a razão de seu maior consumo – 30% mais alto.
A utilização do etanol exigiu da engenharia que encontrasse uma solução para a oxidação das peças do motor, como tanque de combustível, bomba, tubulações e carburador. Após muitos testes, a solução para proteger as peças do motor foi o uso de níquel químico.
Ao longo de quatro décadas a tecnologia deu um salto em termos de qualidade. A evolução do sistema de injeção melhorou a mistura de ar e combustível nos motores. Com isso, houve ganhos significativos de desempenho e, ao mesmo tempo, redução de consumo.
Antonio Puga é jornalista, especializado no setor automotivo