A imprudência no trânsito é uma das principais causas de morte e lesões graves sofridas por motociclistas. O alerta é do médico Marcelo Rosa de Rezende, do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
Motociclista, Rezende participou de palestra organizada pelo Detran-SP sobre como conduzir uma moto em segurança. “O comportamento mais grave de um motociclista é não entender o veículo que está usando. A moto é um veículo bom, ágil, econômico, que ajuda muito no transporte nas grandes cidades. Mas é preciso saber que se trata de um mecanismo extremamente frágil”, diz.
No Estado de São Paulo, 34% das vítimas de trânsito são motociclistas, de acordo com dados do Infosiga SP, sistema de dados do Governo de São Paulo que traz mensalmente informações sobre acidentes.
Nas conversas com pacientes vítimas de traumas graves, o médico diz perceber que muitos não têm noção a respeito dos comportamentos imprudentes que adotam. Segundo ele, praticamente todos afirmam que não provocaram os acidentes.
Entre os principais comportamentos imprudentes, Rezende destaca o excesso de velocidade como o mais perigoso. Dentro desta realidade, os entregadores de comida integram um grupo de alto risco. “Eles deveriam cumprir um tempo mínimo nos trajetos, sem se arriscar tanto”, afirma o médico.
De acordo com a pesquisa “Causas de Acidentes com Motociclistas”, realizada em 2013 pela Faculdade de Medicina da USP, os homens (92%) com idade média de 30 anos são as principais vítimas de acidentes com motocicletas. A pesquisa revelou que, do total de entrevistados, apenas 20% tiveram alta após antes de seis meses de internação e 80% permaneciam em tratamento, com limitações funcionais e sequelas (30% delas definitivas).
Antonio Puga é jornalista, especializado no setor automotivo