Transportadora adota veículos elétricos nas entregas expressas

Finalmente, uma transportadora de cargas fracionadas aderiu à mobilidade elétrica nas entregas urbanas. A Rodonaves acaba de inaugurar o serviço expresso, Rodonaves Express, com seis lojas em São Paulo, que até o fim do ano crescerá para dez, em que todas as entregas são realizadas por caminhões elétricos adquiridos da JAC Motors, ou por bicicletas elétricas, dependendo do peso e volume.

Ao todo, são seis caminhões e ao menos uma bicicleta elétrica por unidade. A escolha pela JAC Motors não foi por acaso. Somente essa marca conseguia atender às necessidades da Rodonaves, segundo Fábio Pires de Andrade, diretor de rede de negócios da RTE Rodonaves. Com autonomia de 270 km por carga de bateria, os veículos são mais do que o suficiente para atender a demanda de entregas diárias.

Vender automóveis elétricos está na moda. Diversas marcas já apresentaram modelos aos consumidores, com preços sempre acima de R$ 200 mil. Apesar de eles terem muitas vantagens, o carro de passeio elétrico ainda é um luxo. Mas, quando o assunto é veículo comercial urbano, seja de carga ou passageiro, o assunto é diferente.

Andrade comenta que o custo de aquisição dos caminhões elétricos é 2,5 vezes maior do que um equivalente a diesel. Porém, segundo o fabricante, o custo operacional é 25% menor. Numa conta grosseira, os caminhões elétricos devem se pagar em quatro anos. Com garantia de durabilidade de baterias de oito anos, há ainda mais quatro anos de ganhos reais na operação.

Além do lado financeiro, há o marketing. Muitos pequenos empresários atendidos pela Rodonaves Express fazem questão de fotografar o caminhão elétrico no momento da coleta, e utilizam isso como valor agregado ao produto que comercializam. “Temos entrega ecológica, com veículos não poluentes”. É um excelente marketing em tempos de aquecimento global em evidência nos noticiários.

O melhor é que o frete não custa mais caro para o cliente. Andrade explica que a tabela de preços é a mesma, sendo que as entregas feitas por bicicletas elétricas podem sair até mesmo mais baratas. “Ainda não temos dados suficientes para dizer o quanto a operação com caminhões elétricos é mais vantajosa ou não, mas dependendo dos resultados, isso pode influenciar para baixo o valor do frete”, comenta Andrade.

Fato é que a manutenção a longo prazo de um veículo elétrico é menor, uma vez que o maior custo operacional é de combustível, seguida de pneus e manutenção do veículo. Vale lembrar que sem o motor a combustão interna, elimina-se diversos itens de manutenção, como óleo motor, filtros, sistema de injeção (bomba e bicos que costumam dar problemas devido à qualidade do combustível), e sistema de arrefecimento.

Outro detalhe importante da operação com veículos elétricos é que são mais potentes, silenciosos e fáceis de operar, o que resulta em conforto para o motorista, que trabalha com menor risco de estresses, principalmente pelo ruído. Muito satisfeito por ter sido um dos escolhidos para dirigir o JAC elétrico, o motorista Leonardo Santana comenta: “Mesmo carregado, vencer ladeiras com o caminhão elétrico é muito mais fácil, é só pisar no acelerador e ir embora. Tenho até de tomar cuidado para não acelerar demais, pois a arrancada é muito forte”.

Felizmente outras marcas de veículos comerciais já estão atentas para esse negócio, que tende a crescer substancialmente nos próximos anos, como a VW, com o eDelivery. Mas ainda falta um longo caminho a ser percorrido, como as vans elétricas (carga e passageiros) e os ônibus urbanos elétricos, que já deveriam estar em circulação mas por um problema político ainda não saíram do papel.

Alexandre Akashi

Editor da Revista Farol Alto alexandre@farolalto.com.br

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