A chegada de carros elétricos no Brasil tem conquistado o motorista nacional. Embora o país tenha um volume significativo desses veículos circulando pelas ruas, existem várias questões que ainda não foram solucionadas, por exemplo, a falta de padrão em relação aos tipos de tomadas de recarga.
A Sociedade de Engenheiros da Mobilidade (SAE) saiu na frente e criou o carregador que hoje conhecido como tipo 1. Ele é o mais usado para o carregamento em estacionamentos de shoppings e casas dos Estados Unidos, mas as suas características nunca foram apropriadas para a rede elétrica europeia.
Com isso, surgiram os carregadores tipo 2, os mais comuns inclusive no Brasil. Todos os carregadores de grandes montadoras como Volvo, Porsche e a maioria de pontos de corrente alternada (AC) no país utilizam o tipo 2, que também é o mais comum entre os carros elétricos à venda por aqui.
Para as recargas rápidas ou ultrarrápidas – aquelas que podem ser feitas em poucos minutos, os eletropostos utilizam a corrente contínua (DC). Sem contar o adaptador CHAdeMO – plugue criado por um consórcio de montadoras japonesas e que, no Brasil, está presente no modelo Nissan Leaf.
Modelos de adaptadores estão sendo estudados na Grã Bretanha para amenizar os problemas de carregamento, o Japão por exemplo, teve bastante pioneirismo no lançamento de carros elétricos de grande volume, o CHAdeMO predominou por alguns anos, mas o padrão CCS vem ganhando muito espaço nos países ocidentais. No Brasil, só o Leaf mantém carregamento rápido à moda japonesa e, no exterior, até o novo Nissan Ariya já se rendeu ao tipo europeu de carregamento.
De acordo com Ricardo David, diretor da Elev, empresa especializada em eletromobilidade, a falta de padronização de tomadas de recarga é uma questão que precisa ser abordada com urgência.
“A adoção de um padrão universal seria extremamente benéfica para a popularização dos carros elétricos no país, facilitando a vida dos proprietários e reduzindo a dependência da busca por pontos compatíveis com seu veículo. É importante ressaltar que o tipo de carregador utilizado pode afetar diretamente a velocidade e a eficiência da recarga, sendo fundamental considerar as necessidades individuais de cada veículo e sua localização geográfica”, afirma.
Como o carregamento em baixas potências depende de características locais, é provável que os tipos 1 e 2 se mantenham por tempo indeterminado. O carregamento em alta potência, por outro lado, tem boas chances de ser padronizado. Enquanto isso não acontece, os donos de carros elétricos precisam buscar por meio de aplicativos onde encontrar o eletroposto compatível com o seu automóvel.
Em São Paulo, por exemplo, há apenas um ponto de recarga com CHAdeMO, onde se forma uma fila de donos de Leaf atrás de recarga.
Antonio Puga é jornalista, especializado no setor automotivo