Mulheres que fizeram história no setor automotivo

Passado mais de um século, as mulheres seguem lutando por seus direitos, pelo respeito, por salário igual ao dos homens e as mesmas oportunidades. No Brasil, a luta é ainda maior, quando se sabe que enfrentam a violência, o desemprego, a falta de assistência do Estado e uma infinidade de outros problemas.

Mesmo com tantas barreiras a serem ultrapassadas, muitas se destacam ou se destacaram em vários setores, como na área automotiva, que por muitos anos, era predominantemente masculina; realidade que vem mudando. Mas desde o século passado, mulheres já lutavam para conquistar o seu espaço, seja nas pistas de corrida, nos jornais ou com invenções importantes para o setor.

Para marcar o Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, vale lembrar a participação de três mulheres que deram importante contribuição nesta área.

Florence Lawrence
A canadense, Florence Lawrence, foi responsável por uma invenção muito importante para a segurança dos motoristas: as setas e a luz de freio. Florence desenvolveu uma dupla de bandeirinhas que foram fixadas atrás do para-lamas, que quando eram acionadas com um botão elétrico, levantavam, indicando a direção da curva a ser feita. Já na traseira do veículo, Florence fez com que, no momento em que fosse acionado o pedal de freio, fosse ativada automaticamente uma placa com a palavra “Stop” (pare). Essas invenções, datadas de 1914, continuam até hoje fazendo a diferença no cotidiano de milhares de motoristas.

Denise McCluggage
A jornalista Denise McCluggage foi uma das fundadoras do jornal – e hoje, site – AutoWeek, especializado em notícias do automobilismo. Ela se destacou também como piloto, sendo campeã da categoria Grand Touring das 12 horas de Sebrin- corrida de resistência realizada na Flórida (EUA), em 1961; e do Rali de Monte Carlo, em 1964.

 Em 2001, Denise McCluggage foi a primeira jornalista a entrar para o Hall da Fama Automotivo, que reconhece pessoas que contribuíram para a história do setor. Quando foi entrevistada pelo Automotive Hall of Fame,  ela contou que tinha que entrevistar pilotos através das cercas de arame, porque eles não permitiam que mulheres entrassem no pit, na garagem, ou na área de imprensa da Indy. “Me falaram que as pessoas não iriam aceitar notícias escritas por uma mulher”, explicou.

Shirley Muldowney
A competição Top Fuel da NHRA, nos Estados Unidos, não é muito conhecida pelos brasileiros, mas tem público cativo na “terra do tio Sam”. A NHRA (National Hot Rod Association) foi fundada por Wally Parks, em 1951, onde os vencedores ganhavam somente um troféu.

Foi nessa competição que a piloto Shirley Muldowney  não foi só campeã, mas tricampeã. A história começa em 1977, quando Shirley ganhou sua primeira prova na categoria Top Fuel, uma das categorias de drag race, em que o piloto pode alcançar até 539 km/h, em uma distância de 305 metros.

Este feito foi tão importante, que Shirley recebeu o reconhecimento oficial da Câmara dos Representantes norte-americana. Já em 1980, ela se tornou a primeira pessoa do mundo a conquistar o título duas vezes. E como se não bastasse, em 1982, a piloto levou o troféu pela terceira vez. Suas vitórias a fizeram ficar na quinta posição entre os 50 melhores pilotos da lista oficial da federação dos Estados Unidos, e hoje ela é considerada uma lenda das pistas.

Antonio Puga

Antonio Puga é jornalista, especializado no setor automotivo

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