A Fiat economizou na hora de escolher o painel de instrumentos da nova Fiat Strada, que sofreu alterações significativas no conjunto motor-câmbio e no design. Apesar de ser mais moderno e contar com novas telas, como a de Performance, que indica níveis de potência e pressão do turbo, o carro conta com cluster simples e monocromático, bem diferente do encontrado no Pulse Impetus, que é totalmente digital e colorido.
Dizer que fez isso por uma questão de custo é uma justificativa. Mas, o Pulse Impetus custa R$ 131.990, enquanto a Strada Ultra, versão avaliada, R$ 135.990. Sim, são veículos totalmente diferentes no tamanho e propósito, mas contam com a mesma mecânica. A versão Ultra é uma das topos de linha, assim como a Impetus, e por isso merecia um painel de instrumentos tão bom quanto.
Apesar desse pênalti, a nova Fiat Strada é um carro a ser considerado, e muito, para quem precisa de uma caçamba como porta-malas. O motor 1.0 turbo da família GSE T200, com 3 cilindros, injeção direta, comando variável na admissão, transmissão por corrente, desenvolve 130/125 cv de potência a 5750 rpm (etanol/gasolina), e torque máximo de 20,4 kgfm a 1750 rpm, em ambos combustíveis, o que deixou a picape muito mais ágil e gostosa de dirigir.
O câmbio é um CVT com sete marchas virtuais e tração dianteira. Números da fabricante indicam consumo urbano de 8,3 km/l e 12,1 km/l, e rodoviário de 9,4 km/l e 13,2 km/l (etanol e gasolina), com aceleração de 0 a 100 km/h de 9,5 segundos e velocidade máxima de 180 km/h. Uma performance razoável para uma picape leve que tem muita vocação para o trabalho.
Design e tecnologia
Com nova frente, a Strada ficou mais imponente. O modelo traz dianteira com nova grade frontal, novo para-choque integrado, novos faróis de neblina em LED e novo skidplate, que conferem um visual muito mais robusto e agressivo. O novo emblema Fiat reforça mais ainda essas características. O carro ficou muito mais bonito, sem dúvidas.
No campo tecnologia, destaque para o controle eletrônico de estabilidade, o sistema Hill Holder, o TC+ (Traction Control PLus) e o sistema multimídia UCONNECT 7, que oferece conectividade Wireless Android Auto e Apple CarPlay, assim como o ar-condicionado digital automático e carregador sem fio. Aqui faltou o controle de cruzeiro, item que muitos carros já possuem, mesmo que o mais simples.
Ao volante
A experiência de condução da nova Strada é muito mais satisfatória do que os modelos anteriores. O motor turbo, apesar de pequeno, desenvolve bem em baixas rotações. É acelerar e sentir os 200 Nm de torque chegar rapidamente às rodas. Mesmo com câmbio CVT, que normalmente representa um atraso nas arrancadas de 0 a 100 km/h, a resposta é boa.
A posição de dirigir continua a mesma dos modelos anteriores, com bancos confortáveis e com ajustes de altura e profundidade. Faltou o ajuste de profundidade do volante, que conta apenas com o de altura. Detalhes que a Fiat já poderia de incorporado nas versões topo de linha da Strada, que apesar de estar mais moderna, ainda insiste em manter características de carro popular.
A suspensão também é a mesma, um bom e velho projeto de sucesso que não faz muito sentido mudar, a não ser para melhorar (e nesse caso leia-se suspensão independente nas quatro rodas), mas que para um carro que nasceu com propósito de carregar carga, somente tornaria tudo mais caro, com benefício mínimo. Assim, a mola parabólica longitudinal no eixo traseiro ao invés de molas helicoidais comprem bem o papel de manter a Strada firme no chão.
Carga
A versão Ultra não foca necessariamente um público que vai encher a caçamba todos os dias para carregar peso, mas, quando for necessário, faz isso muito bem, desde que não ultrapasse o limite recomendado pela Fiat, de 650 kg. O volume útil, até o limite da caçamba é de 844 litros, o que representa um belo porta-malas.
Ficha técnica
Fiat Strada Ultra Cabine Dupla Turbo 200 Flex CVT
Motor
Posição: Dianteiro, transversal
Número de cilindros: 3 em linha
Diâmetro x curso: 70,0 x 86,5 mm
Cilindrada total: 999 cm³
Taxa de compressão: 10,5 : 1
Potência: 125 cv (gasolina) / 130 cv (etanol) @ 5,750 rpm
Torque: 200 Nm (gasolina) / 200 Nm (etanol) @ 1.750 rpm
Nº de válvulas por cilindro: Quatro por cilindro, com sistema eletrohidráulico MultiAir III, com um eixo para as válvulas de escape
Eixo de comando de válvulas: 1 no cabeçote
Injeção: direta
Combustível: Gasolina/Etanol
Transmissão
Câmbio automático CVT (Continuamente Variável) com 7 Marchas Emuladas no modo Manual – Variável no modo Automático
Relações de transmissão:
1ª: 2,270
2ª: 1,600
3ª: 1,200
4ª: 0,940
5ª: 0,740
6ª: 0,580
7ª: 0,460
Ré: Entre 2,604 e 0,416
Diferencial: 5,698
Tração: Dianteira, com juntas homocinéticas
Sistema de freios
Dianteiro: Sistema a disco ventilado, com pinça flutuante (diâmetro de 284 x 22 mm)
Traseiro: Sistema a tambor com sapatas auto-centrantes (diâmetro de 9″)
Suspensão dianteira
Tipo: Mc Pherson e barra estabilizadora
Amortecedores: Hidráulicos, telescópicos de duplo efeito
Elemento elástico: Molas helicoidais
Suspensão traseira
Tipo: Eixo rígido
Amortecedores: Hidráulicos de duplo efeito
Elemento elástico: Molas parabólicas longitudinais
Direção
Assistência: Elétrica com pinhão e cremalheira
Diâmetro mínimo de curva: 10,8 m
Rodas
Medidas: 16 X 6,0J ET40 (em liga-leve)
Pneus: 205/55 R16
Peso do veículo
Em ordem de marcha: 1.251 kg
Capacidade de carga: 650 kg
Dimensões externas/capacidades
Comprimento: 4.448 mm
Largura da carroceria: 1.732 mm (s/espelhos)
Altura do veículo: 1.577 mm / 1.601 mm (com barra de teto)
Distância entre eixos: 2.737 mm
Altura mínima do solo: 185 mm
Ângulo de entrada: 23°
Ângulo de saída: 29º
Tanque de combustível: 55 litros
Comprimento máximo da caçamba: 1.178mm
Largura máxima da caçamba: 1.310 mm
Altura máxima da caçamba: 605 mm
Volume útil da caçamba (até o limite da carroceria): 844 litros
Performance
0 a 100 km/h: 9,8 s (gasolina) / 9,5 s (etanol)
Velocidade máxima: 178 km/h (gasolina) / 180 km/h (etanol)
Consumo PBEV
Urbano: 12,1 km/l (gasolina) / 8,3 km/l (etanol)
Estrada: 13,2 km/l (gasolina) / 9,4 km/l (etanol)