Produção de veículos tem queda de 20% em fevereiro

A produção de veículos teve uma queda de 20,8% em fevereiro, segundo o balanço divulgado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Foram produzidas 204.197 unidades, entre automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. O total ficou abaixo de fevereiro do ano passado, quando  foram produzidas  257.939 unidades.

 Foram produzidas no ano 395.928 unidades, uma queda de 13,4% comparando ao mesmo período de 2019, quando  produzidas no ano, a indústria automotiva registra queda de 13,4%, na comparação com o mesmo período de 2019.

O carnaval contribuiu para a queda na produção, já que este ano ele caiu em fevereiro, enquanto no ano passado foi em março.

As exportações também tiveram queda 7% em relação ao mesmo período do ano passado. Fevereiro de 2020 fechou com 37.677 unidades , contra 40.510  em fevereiro de 2019.

Segundo o presidente da  Anfavea, Luiz Carlos  Moraes os resultados estão dentro da previsão. “Quero dizer que o primeiro bimestre está dentro das nossas expectativas, aquele padrão que a gente imaginava que poderia acontecer”, revelou.

Coronavírus e dólar

O coronavírus  trará  um impacto  no setor automotivo. Luiz Carlos Moraes destacou que a China é principal fornecedor de autopeças para o Brasil. Ele disse que há risco de as montadoras paralisarem as atividades em decorrência do surto, já no final de março.”Em tese, nós temos estoque para continuar produzindo pelas próximas semanas, mas também quero dizer que temos risco”, disse.  

“Todas as alternativas estão sendo consideradas. Então, a mensagem é a seguinte, o risco existe. Por enquanto, não vamos ter nenhum problema, agora, mas existe um risco não generalizado que pode afetar montadoras, umas com um risco um pouco maior do que outras, pelas suas características. Em função de seu fluxo de importação, [o grau de risco e efetivo impacto] pode ser diferente. Então, a mensagem é a seguinte: existe risco, sim, e estamos monitorando”, afirma.

Moraes defendeu que o governo federal adote medidas para estimular o crescimento da indústria automobilística. Uma das sugestões é a redução da incidência da carga tributária sobre o financiamento de veículos. “O sistema tributário do Brasil destrói negócios.Com o dólar em torno de R$ 4,60, o custo adicional estimado para o setor automobilístico, este ano, será de R$ 8 bilhões. Para cobrir a quantia, a indústria acrescenta R$ 2,6 mil ao valor de cada veículo produzido, o que pesa ainda mais no bolso do consumidor “, concluiu .

*Com informações da Agência Brasil.

Antonio Puga

Antonio Puga é jornalista, especializado no setor automotivo

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