Recebemos na oficina, de guincho, um Porsche Cayenne S, 4.8 V8, ano/modelo 2011. Com motor V8 aspirado DOHC de injeção direta, comando variável na admissão, esta versão do modelo tem potência máxima de 400 cv a 6500 rpm e torque máximo de 51 kgfm a 3500 rpm. O cliente nos informou que estava rodando na estrada e o carro perdeu força. Encostou, tentou ligar o carro e o mesmo funcionou, mas estava muito fraco e não andava.
Ao receber o carro verificamos se havia sintomas de deficiência de lubrificação ou superaquecimento do motor. Constatamos que estava em seu estado normal. Fizemos uma varredura nos sistemas eletrônicos com scanner, analisamos os códigos de defeito e por fim demos a partida no motor, que funcionou, porém falhando e sem aceleração, sintomas típicos de baixa pressão de combustível. Não identificamos também ruído de má lubrificação.
Ao fazer os testes, constatamos baixa pressão de combustível. Verificamos o sistema eletrônico das bombas e retiramos a bomba de alta de pressão para inspeção visual. Cogitamos a compra de uma bomba nova, porém não estávamos muito confiantes no diagnóstico. Apesar de não haver ruído anormal no motor resolvemos verificar se a bomba estava sendo acionada mecanicamente pelo motor, e assim encontramos o real defeito do veículo: o comando de válvulas não girava quando acionava a partida.
Após a desmontagem parcial do motor, encontramos um comando de válvulas quebrado (são dois por cabeçote) e após análise da situação, concluo que a polia, por ser de alumínio, soltou do comando que saiu de sincronismo e acabou partido em três partes.
Suspeita recai sobre
o projeto, pois não há
indícios de mau uso
Este é um exemplo de que por mais qualidade que tenha a marca, há problemas que ocorrem onde a suspeita da ocorrência recai sobre o projeto e não sobre o cliente ou sobre a qualidade ou falta de manutenção.
Marcelo Navega é proprietário da Navega Mecânica
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