Antigamente, quando havia somente quatro montadoras no País, que comercializavam quatro ou cinco modelos de carros diferentes cada, a arte de consertar carros era bem mais simples, pois o número de problemas era menor, e portanto conseguíamos memorizar facilmente os defeitos mais comuns.
Hoje em dia, com um número muito maior de modelos e marcas, além de uma enorme quantidade de componentes diferentes e eletrônico, confiar apenas na memória pode ser a diferença entre resolver um problema rapidamente ou demorar dias, ainda mais se o defeito do carro for intermitente.
Foi o que aconteceu com um Renault Sandero 1.6 2013 que recebemos este mês. O dono do carro informou que em determinados momentos, o motor simplesmente apagava, cortava o funcionamento. Este é um defeito que muitas vezes pega o mecânico no contra pé, pois o geralmente você tende a procurar o defeito no sistema de injeção.
Iniciamos os procedimentos de diagnóstico, passamos o scanner, fizemos verificação de bobina, vela e cabo de vela, mas nada. E como o defeito era intermitente, demorou para se revelar na oficina. Assim decidimos consultar nossa base de dados. Trabalhamos com um sistema de gestão empresarial, o OnMotor, que nos permite armazenar todas as informações dos carros que já atendemos na oficina e permite fazer diversos tipos de busca, com apenas algumas palavras chaves. Digitamos ‘Sandero’ e ‘Corte no Funcionamento’, e logo obtivemos três resultados. O primeiro deles, de um carro que atendemos no início do ano, com os mesmos sintomas, e na época descobrimos que o defeito era no compressor do ar-condicionado.
Segundo apuramos na época, o corte no funcionamento ocorria com o motor em temperatura ideal de funcionamento e o ar-condicionado acionado. Neste momento o compressor dilatava internamente até travar e quando isso acontecia, em marcha lenta, o carro morria, às vezes no semáforo ou no trânsito.
Com essa informação, simulamos um teste para confirmar o problema. Bingo! Retiramos o compressor do ar-condicionado e o carro parou de morrer. A solução foi trocar o componente por um novo.
Informação
A lição que fica desse caso é que ter acesso à informação de casos anteriores é muito importante. Se não fosse por isso, teríamos gasto mais pelo menos três horas para encontrar o defeito, tal como ocorreu na primeira vez que enfrentamos esse desafio.
Ter acesso a este tipo de banco de dados é fundamental hoje para a realização de um trabalho rápido e apurado, e o sistema OnMotor nos oferece tudo isso. Claro que para funcionar temos que cadastrar os eventos nele. Do contrário, não adianta nada. Mas, se o sistema nos oferece este recurso, por que não utilizar? Quem sai ganhando, no final das contas, é o dono do carro, que tem o veículo reparado com mais agilidade.
Editor da Revista Farol Alto