Entre os veículos icônicos, o britânico Mini é um dos mais populares no mundo. O cinema e a TV foram os principais responsáveis pela fama mundial, mas os aficionados por carros sabem que o modelo é cultuado desde os primórdios, na década de 1960, graças às inúmeras vitórias em ralis internacionais.
Boa parte dos bons resultados nas pistas deve-se a John Cooper, proprietário da Cooper Car Company, designer e construtor de bólidos da Fórmula 1 e carros de rali. Cooper percebeu o potencial do Mini para competições e assim nasceu a marca Mini Cooper.
Os Mini Cooper tinham motor preparado, carburação dupla, câmbio com relações mais curtas e freios a disco nas rodas dianteiras, algo incomum em carros pequenos na época.
Em 1999, ficou em segundo lugar no concorrido prêmio Carro do Século, promovido pela Global Automotive Elections Foundation, atrás apenas do Ford Modelo T.
Na oficina
O carro desta reportagem é um Morris Mini Mark III, 1974. O proprietário possui o veículo há anos, e o utiliza aos finais de semana, para passeios curtos. Precisava de regulagem na marcha lenta e ajuste no câmbio, pois a marcha-à-ré estava difícil de engatar.
Essa é, inclusive, uma característica do carro, a imprecisão do engate de marchas, que lembra bastante os primeiros Fiat 147, cujo câmbio apresentava engate longo e impreciso, sendo necessário procurar a marcha.
Apesar disso, o Mini conta com particularidades interessantes, como a posição de trabalho do cilindro mestre, na vertical, e junto dele o bujão da embreagem, que já naquela época era hidráulica.
Mesmo com um bloco minúsculo, o compartimento do motor é bastante apertado e, na época, alguns componentes eram enormes pois não havia tecnologia para se fazer menor. O motor de arranque é um exemplo, e por isso o automático fica do lado de fora dele.
Outro detalhe interessante é o carburador, tipo SU (Skinners Union), que se caracteriza pelo desenho simples e eficiente, e por isso era utilizado por diversas marcas, inclusive Jaguar e os Dodges 1.800. Por ser do tipo difusor variável, o SU conta com qualidades superiores ao de difusor fixo, principalmente no que diz respeito à dosagem da a mistura ar-combustível, que é feita com precisão, e por isso foi muito utilizado em carros de corrida nos anos 1970.
Editor da Revista Farol Alto