Serviço de freio é assunto sério, e não pode ser resumido à troca de pastilhas. No dia a dia da oficina, quando verificamos a necessidade da substituição das pastilhas de freio, muitas vezes ouvimos comentários de que trata-se de um serviço fácil, simples, barato e pode ser feito por qualquer um, sem qualificação técnica.
Freio é segurança, não só do condutor, mas também dos outros ocupantes dos pedestres ou terceiros. Nos dias de hoje, para se executar um reparo em sistema de freio, é necessário e obrigatório conhecer e seguir os procedimentos estabelecidos em uma norma técnica da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), a ABNT NBR – 14.778, e para isso é preciso entender o sistema como um todo, examinar cada detalhe e, além disso, ser responsável pelo serviço.
A responsabilidade técnica é exigida pois existe uma série de problemas que podem ocorrer durante o procedimento manutenção do sistema de freios. Um exemplo é o vazamento de fluido no material de atrito, o que desequilibra o sistema e pode causar sérios acidentes (veja imagens).
Existe também o fator tecnológico e os carros modernos possuem, cada vez mais, dispositivos eletrônicos agregados ao sistema de freios que demandam das oficinas conhecimento técnico específico e equipamentos de última geração.
Ter um freio eficiente é frear com segurança em condições extremas e adversas, que muitas vezes não são comuns em nosso dia a dia. Por isso, estar com o sistema sempre com a manutenção em dia é fundamental.
Considero uma boa prática a verificação dos freios a cada 10.000 km, e ficar sempre atento às condições da altura do pedal, resposta de frenagem, ruídos estranhos e avisos no painel, como exemplo nível de fluido baixo.
Dependendo da forma como se dirige, do tipo de via, e até mesmo da quantidade de trânsito, a durabilidade das pastilhas, discos e demais componentes aumenta ou diminui. Quem viaja muito e utiliza rodovias na maior parte do tempo, os componentes tendem a apresentar quilometragem maior de durabilidade, pois as freadas são menos frequentes.
Já quem anda maior parte do tempo na cidade, nos horários de picos, utiliza mais o freio e o desgaste tende a ser maior. Quem gosta de acelerar fundo e frear com tudo, também gasta mais pastilha e disco do que aqueles que dirigem com maior suavidade.
Editor da Revista Farol Alto