Sinônimo de qualidade acima de tudo, os veículos Honda raramente apresentam defeitos crônicos ou inusitados. Mas não são à prova de tudo. Durante o mês apareceu um City 2010, com pouco mais de 70.000 km rodados, que deu muito trabalho.
O motorista contou que antes de chegar aqui levou o carro em várias oficinas de ar-condicionado, pois ambas disseram que o defeito era elétrico. Sem nenhum tipo de aviso, a ventoinha e o compressor passaram a trabalhar de forma intermitente. Uma hora ligava, outras não.
O motorista contou que cinco dias antes havia retirado o carro de outra oficina, pois teve problema de cabeçote. A rosca de uma das velas simplesmente espanou e a vela pulou para fora. Com certeza este foi um defeito colocado no carro, mas mesmo assim foi preciso fazer o cabeçote.
E agora o ar-condicionado não funcionava mais da forma como deveria. Passamos o scanner e a resposta não foi muito convincente, e como havia suspeita de defeito elétrico, testamos o módulo do ar-condicionado, mas não encontramos nada. Decidimos então levar o carro para fazer o diagnóstico com o equipamento original e reprogramar o sistema.
De volta à oficina, conferimos a carga do fluido de refrigeração e descobrimos que o defeito estava no termostato, localizado na caixa de ar do sistema. Felizmente o acesso é fácil, pela tampa do porta-luvas. Trocamos a peça e o sistema voltou a funcionar normalmente. Agendamos a devolução do carro, porém no dia seguinte, antes de o motorista chegar, as travas elétricas enlouqueceram.
Desmontamos as portas, retiramos a travas e as testamos fora do carro, porém não havia nada de errado com elas. Consultamos alguns colegas que trabalham exclusivamente com travas e descobrimos que o defeito poderia estar na base interna de fusíveis. Testamos a base e encontramos o defeito. A solução neste caso é substituir a base toda.
O que nos impressionou neste caso foi a sequência de problemas apresentados em um único carro, e nenhum deles diretamente relacionado. Esta foi a primeira vez que pegamos um Honda com tantos problemas consecutivos.
E ainda há mais uma peça para ser substituída: a bateria, porém como a que está no carro ainda é a original, trata-se de algo que já cumpriu seu papel, e o fim da vida útil já era esperado.
Editor da Revista Farol Alto