O Chevrolet Spin divide o mesmo estigma de um sapato, uma vez que beleza e conforto andam distante um do outro.
A nova minivan da GM é, assim, como um sapato feio: agrada pelo rodar macio, mas apresenta design de gosto duvidoso, porém com certo estilo, que está mais para o monstrengo carismático, do que para o vilão boa pinta.
Com opções para cinco ou sete lugares, o carro substituiu dois outros modelos de uma só vez: o Meriva e o Zafira. Para quem tinha Meriva, o Spin é, sem dúvidas, um upgrade, mas, para quem tinha Zafira, com certeza buscou opções em outras marcas.
Avaliamos um modelo topo de linha, LTZ, de sete lugares, com preço a partir de R$ 53.722. Como o modelo tinha câmbio automático de seis velocidades, o valor inicial sobe para R$ 57.459, quase R$ 4.000 a mais.
Este é um dos raros veículos em que o câmbio automático vale a pena o investimento, pois a transmissão é moderna e ajuda a tirar melhor proveito do ultrapassado motor 1.8 litro, o mesmo que equipava o antigo Monza, mas recalibrado para oferecer um pouco mais de performance.
Além disso, a caixa manual tem cinco velocidades, ante as seis da automática.
Mas, se por um lado o motor é defasado (afinal, a GM tem um propulsor bem mais moderno, o Ecotec 6, que equipa o Cruze, com os mesmo 1.8 litro, porém de 144 cv de potência com etanol), e o design de gosto duvidoso, o acabamento é satisfatório, o câmbio automático excelente e o conforto é nota 10.
No dia a dia
Uma certeza do Spin é que o carro nasceu para rodar na cidade e a baixa velocidade. Até 100 km/h, tudo tranquilo, sem surpresas. O motor apresenta nível de ruído aceitável e a transmissão automática troca as marchas no tempo certo. Porém, na estrada, onde é preciso forçar um pouco mais, deixa a desejar.
A caixa de câmbio bem que tenta melhorar o rendimento do motor, mas é impossível. Acima de 3.500 rpm, o carro é áspero e ruidoso, o que torna uma subida de serra um tormento.
A suspensão é calibrada para dar o melhor conforto possível. Em outras palavras, macia até demais. O carro inclina bastante nas curvas, o que exige redução de velocidade, sempre.
O modelo de sete lugares toma todo o espaço do porta-malas, quase inexistente. Mas, ao contrário da Zafira, que tinha sistema de bancos embutidos quando rebatidos, o Spin exige certo malabarismo, pois o encosto da terceira fila fica sobreposta ao assento, e todo o conjunto precisa ser amarrado ao banco da frente.
Ficha técnica
Chevrolet Spin 1.8 Econo.Flex
Motor: dianteiro, transversal, 4 cilindros, 8 V
Cilindrada: 1.769 cm³
Potência:
108 cv a 5.400 rpm (etanol) /106 cv a 5.600 rpm (gasolina)
Torque:
17,1/16,4 a 3.200 rpm (etanol/gasolina)
Câmbio: automático – 6 velocidades
Direção: hidráulica
Tração: dianteira
Pneus: 195/65 R15
Freios: disco ventilado na dianteira (256 x 24 mm) e tambor na traseira (230 x 45 mm), ABS com EBD
Dimensões: comprimento, 4.360 mm; largura, 1.735 mm; altura, 1.664 mm; entre-eixos, 2.620 mm
Volumes: porta-malas 162 l (7 lugares) 710 l (5 lugares);
tanque de combustível 53 litros
Peso: 1.255 kg
Desempenho:
aceleração de 0 a 100 km/h em 11,9/12 s (e/g);
velocidade máxima de 168/167 km/h (e/g)
Editor da Revista Farol Alto