O Citroën DS3 é um veículo que em outros tempos nós, brasileiros, só veríamos em revistas. Feito para ser carro de imagem, e aos poucos substituir os modelos convencionais, na Europa, desembarcou no início do ano passado como aposta em um mercado que cresce a cada dia no Brasil.
A Citroën, assim como a Peugeot, sabem fazer carros de design agradável e recheados de tecnologia. Mas, no DS3, a francesa se superou. Durante a semana de teste com o carro, as ruas eram minhas. Impossível passar despercebido. Ainda mais com este tom de amarelo.
O que chamou atenção foi o fato de 100% das mulheres se sentirem atraídas pelo modelo. De fato, as linhas são bem modernas e suaves, e a carroceria curta tipo hatchback de apenas duas portas tornam o modelo atraente para jovens solteiros em busca de diversão.
E é bem isso que o DS3 é craque em proporcionar para quem o dirige. Com motor de injeção direta e turbo, de 1.6 litro, desenvolve 165 cv de potência a 6.000 rpm, e torque máximo de 24,5 kgfm a 1.400 rpm. O câmbio manual de seis velocidades completa um conjunto feito para empolgar (isso só não ocorre quando o mesmo motor é instalado em um sedan de grande porte, como o Peugeot 508 THP, avaliado nesta edição).
No dia a dia
Infelizmente a Citroën sempre se esquece de que aqui não é a França, e que temos uma condição de asfalto lastimável. O DS3 avaliado marcava no hodômetro mais de 16 mil Km, era novo, mas bem rodado para um carro de teste de imprensa. Já nos primeiros quilômetros diversos ruídos de carroceria invadiam o habitáculo, assim como barulhos de suspensão. Como proprietário de Citroën, tenho um Xsara 2001, achei tudo isso normal, mas sei que não é.
É possível mudar? Sim, mas haveria consequências. O DS3 é bem estável em curvas e tem excelente pegada esportiva, ainda mais com motor acima de 4.000 rpm. Deixá-lo mais mole para absorver melhor as irregularidades do asfalto é pedir para estragar a esportividade do modelo. Melhor fazer abaixo assinado para que as ruas sejam asfaltadas decentemente.
A experiência com o DS3 foi muito gratificante. Os bancos com abas laterais elevadas oferecem excelente sustentação ao corpo. A posição de dirigir podia ser um pouco mais baixa, mas é fácil encontrar o ajuste ideal.
Reclamações em relação ao câmbio manual, que engatava aos trancos, principalmente na passagem de primeira para segunda marchas, ainda mais em arrancadas mais fortes. Uma transmissão automatizada de dupla embreagem seria muito bem vinda.
Editor da Revista Farol Alto