O sistema de freios é um item que deve ser mantido sempre em perfeito estado de funcionamento, e não é preciso explicar por que. Mas, alguns motoristas se esquecem de realizar manutenções simples e básicas como a troca do fluido de freio, por exemplo. Há quem nem mesmo sabe que ele existe e tampouco para que serve.
Independentemente disso, precisa saber que o fluido tem propriedades higroscópicas, o que significa dizer que absorve umidade do ar, e com isso perde eficiência. Pode acontecer até mesmo de o carro ficar sem freios, mesmo que pastilhas ou lonas, e discos sejam novos. Em outras palavras, o fluido tem prazo de validade e nossa recomendação é de troca a cada 2 anos, com verificação a cada 10.000 km ou anual.
O caso que vamos descrever ocorreu com o proprietário de um Kia Sorento 2.5 Diesel, 2008, com 95.000 km, porém este é o tipo de situação que pode acontecer com qualquer veículo. O carro chegou à oficina com freio baixo e pedal sumindo. Parado, com motor ligado, e pedal acionado, aos poucos vai afundado até o fim. Após algumas bombeadas o pedal volta, mas segundos depois volta a baixar.
O motorista informou que o fluido do freio nunca havia sito trocado, e toda a manutenção de freio se resumia na substituição das pastilhas e discos. Isso é um erro pelos motivos que já descrevemos. Ocorre ainda que, neste veículo, foi realizado também um procedimento incorreto no momento da troca das pastilhas, que causou o defeito de baixa do pedal.
Alguns profissionais e muitos donos de carro que gostam de realizar eles mesmos a manutenção de itens mais simples do veículo, não se atentam à sujeira que está em volta das pinças de freio na hora de recolher o pistão para retirar as pastilhas velhas. Antes de recolher o pistão da pinça é recomendável abrir o sangrador, pois assim o fluido que está na pinça é descartado.
Se não abrir o sangrador, corre-se o risco de a sujeira na pinça contaminar o fluido e ao retornar o pistão esse fluido acaba indo parar no reservatório, podendo dar problemas no cilindro mestre do freio. Foi exatamente isso que ocorreu no Kia Sorento. O fluido contaminado danificou as gaxetas do cilindro mestre. No caso desse modelo de veículo especificadamente, este é um prejuízo de mais de R$ 1.400, pois este é o custo do cilindro mestre nas concessionárias.
Já tivemos, no entanto, casos piores, de danos irreversíveis no sistema de ABS, pelo mesmo motivo. E, como nos os carros fabricados desde 2014 só podem ser vendidos com freios ABS, esta é uma dica importantíssima na hora de fazer a manutenção das pastilhas de freio.
Assim, é preciso lembrar sempre que antes de recolher o pistão da pinça, abrir o sangrador do fluido de freio e deixar vazar para fora o fluido que está no pistão.
Editor da Revista Farol Alto