Em tempos de SUVs, o mercado brasileiro ganha mais um utilitário esportivo, o Honda WR-V. O veículo chega com a tarefa de ser o SUV de entrada do consumidor que sempre sonhou em ter um jipinho desse na garagem. Mais do que atender a este tipo de comprador, o WR-V entra pela porta da frente em termos de design, espaço interno, qualidade de acabamento e desempenho, além de ter a grife da marca japonesa.
Desenvolvido no Brasil e para as condições das ruas e estradas do país, o SUV tem tudo para atender ao motorista que quer um veículo de aparência robusta e que ao mesmo tempo ofereça o conforto de um automóvel. O WR-V fica abaixo de outro utilitário da marca, o HR-V.
Contando com o mesmo motor do FIT (1.5 i-VTEC 116 cv de potência usando etanol e 115 cv com gasolina), o modelo surge para disputar espaço com o Kicks (Nissan), Creta (Hyundai), Captur (Renault) e a versão mais equipada do Duster (Renault). Mas com alguns pontos de vantagem, como por exemplo vir de série com câmeras de ré, seis airbags, ABS com distribuição eletrônica de frenagem (EBD). Aliás, o jipinho será comercializado em duas configurações: EX e EXL (que vem com airbag de cortina e multimídia com tela sensível ao toque de sete polegadas com GPS).
O WR-V tem um visual dianteiro bem agressivo, faróis com LEDs, enquanto na traseira as lanternas invadem a tampa do porta-malas. Medindo 2,55 m de entre-eixos, 4 metros de comprimento, 1,73 m de largura e 1,6 m de altura, tem distância de solo de 20,7 cm, ângulos de ataque e saída de 21º e 33º. Mas a cereja do bolo é o conjunto de suspensão, extremamente ajustada ao projeto do jipinho. Para isso, foram adotados amortecedores com batente hidráulico e diâmetro de cilindro reforçado, barra estabilizadora robusta, buchas frontais robustas. O eixo traseiro foi desenvolvimento tendo como base o utilizado no HR-V.
O resultado deste conjunto pode ser sentido durante o teste realizado em Foz do Iguaçu (Paraná), em um circuito de cidade, estrada e em uma pista de terra na área da usina de Itaipu Binacional.
O interior do WR-V não deixa a desejar. Acabamento de qualidade, inclusive do plástico, banco do motorista alto, boa ergonomia e visibilidade, mostradores de fácil acesso e visualização fácil. Quem viaja no banco traseiro não tem o que reclamar, há espaço de sobra para aas pernas. No entanto, passageiros altos certamente irão ficar com a cabeça bem perto do teto. Outro ponto negativo é que os porta-objetos não existem em grande quantidade. Já o porta-malas (363 litros), oferece bom espaço para bagagens e com os bancos rebatido é possível até transportar prancha de surf ou um caiaque.
Pelas estradas
O teste do WR-V (a sigla significa Winsome Runabout Vehicle, ou veículo recreacional e cativante), foi realizado em um circuito urbano, cidade e numa pista de terra preparada pela Honda para que o conjunto de suspensão pudesse ser avaliado também em condições se asfalto. Rodando por cerca de 50 quilômetros, o SUV mostrou que tem tudo para brigar com os concorrentes com toda a igualdade.
A primeira impressão que se tem é a ótima altura do banco do motorista. O painel oferece visualização fácil e os ajustes não exigem um manual. Rodando no primeiro trecho do teste, na cidade de Foz de Iguaçu, já possível perceber a qualidade da suspensão, as irregularidades do asfalto são pouco sentidas tanto para quem dirige ou os passageiros. O ruído do motor é discreto (um dos pontos trabalhados pela Honda), não incomoda e permite aos ocupantes ouvir música ou conversar.
Quando chega o trecho de rodovia, o jipinho também não faz feio. O propulsor 1.5l não deixa a desejar, embora nas retomadas seja mais lento, percebe-se um certo esforço. Nas curvas mais fechadas o WR-V mostrou-se equilibrado sem “adernar”, mesmo tendo uma suspensão mais alta.
Na parte de terra e piso irregular o SUV teve bom desempenho. O conjunto de suspensão reduziu consideravelmente os efeitos causados pelos buracos existentes, absorvendo os impactos. Ou seja, mesmo com alguns sacolejos, eles foram menores do que se podia prever.
Em um resumo, o WR-V, que começa a ser vendido no final deste mês, tem tudo para agradar ao motorista que nunca teve um SUV, mas sempre sonhou com este tipo de veículo em sua garagem. É elegante, tem aparência robusta (a traseira não é tão destacada quanto a frente), tem bom desempenho, encara sem medo o piso irregular.
Versões
EX- Vem de série com seis airbags, ABS cm EBD, computador de bordo, vidros elétricos, piloto automático, sistema de áudio com tela de cinco polegadas, câmera de ré. Esse sistema oferece conectividade via Bluetooth, USB e cabo auxiliar, além de leitor de CD player
Preço sugerido: R$ 79.400
EXL – Os mesmos equipamentos e mais dois airbags laterais do tipo cortina.
Preço sugerido: 83.400
Antonio Puga é jornalista, especializado no setor automotivo