O Inovar-Auto acaba dia 31 deste mês e com ele a cota e o pênalti de 30 pontos percentuais na alíquota de importação de veículos zero km. Com isso, as marcas que não possem linha de montagem no Brasil voltam a ter competitividade em larga escala. JAC Motors e Kia comemoram. E a SsongYong se atreve a retornar ao Brasil, por intermédio da Venko Motors, do Grupo JLJ.
A marca volta ao Brasil com quatro modelos, o SUV médio Korando e a picape Actyon Sport, renovados em relação ao que deixaram por aqui anos atrás, e os novos SUVs compactos Tivoli e XLV. No geral, são bons carros e com design muito mais atraente do que a SsongYong apresentou no passado, o que mostra evolução. Mas, assim como os Hyundai importados, estão longe de serem modelos premium, como vendem os executivos das marcas.
Korando
No exterior, o SUV médio Korando é a menina dos olhos da marca. Por aqui, chegará em um concorridíssimo mercado, que tem como rivais o novo Chevrolet Equinox, Jeep Compass, Mitsubishi ASX, VW Tiguan, entre outros. A favor, um novo motor turbo diesel 2.2 litros de 178 cv de potência a 4.000 rpm e torque máximo de 41 kgfm entre 1.400 e 2.800 rpm, acoplado a uma transmissão automática de seis marchas Aisin.
O preço ainda não foi definido, mas será entre R$ 135.000 a R$ 150.000. Além do bom conjunto powertrain, o Korando conta com tração integral 4×4, com bloqueio do diferencial central, direção com assistência elétrica, e suspensão traseira tipo multilink. As medidas são 4.410 mm de comprimento, 1.830 mm de largura, 1.675 mm de altura (1.710 mm com rack no teto) e entre-eixos de 2.650 mm.
Por dentro, conta com bancos de couro, ar-condicionado digital e partida por chave presencial. Entre os itens de tecnologia, destaque para controles de estabilidade e tração, assistente de partida em rampas, luzes diurnas de LED.
Ao volante
A experiência de condução do Korando não é ruim. Pelo contrário. Os 41 kgfm de torque empurram bem o modelo de 1.750 kg e o conjunto de suspensão aliado à tração integral segura bem o carro nas curvas. Mas, internamente, o nível tecnológico poderia ser melhor. Exemplo é o ar-condicionado digital, que é simples, enquanto a concorrência conta com sistemas de duas ou mais zonas. Os são vidros elétricos, porém somente o do motorista é automático para subida e descida. Os demais, é preciso segurar o botão para abrir ou fechar totalmente.
Ainda ficou devendo em acendimento automático dos faróis e sistema eletrocromático no retrovisor interno, assim como navegador GPS no sistema multimídia. É certo que o modelo avaliado ainda pode sofrer alterações antes do lançamento. Espera-se, portanto, que a marca se atente a estes detalhes.
Action Sport
O segundo modelo apresentado é a picape Action Sport, que conta com o mesmo conjunto propulsor do Korando: turbo diesel 2.2 litros de 178 cv de potência a 4.000 rpm e torque máximo de 41 kgfm entre 1.400 e 2.800 rpm, acoplado à transmissão automática de seis marchas Aisin.
A picape média tem capacidade de carga de 720 kg e sistema de tração 4×2 (traseira) com opção de 4×4, suspensão tipo whisbone na dianteira e eixo rígido na traseira, ambas com molas helicoidais. O preço estimado será entre R$ 120.000 e R$ 135.000.
Ao volante
Por incrível que pareça, a picape é mais divertida de dirigir do que o SUV Korando, pois permite optar o tipo de tração. Dá até para brincar de burnout (queimar pneus traseiros). As molas helicoidais na traseira deixam o carro mais confortável, e amplia a tendência desse tipo de suspensão em picapes (o Nissan Frontier foi a primeira picape média lançada no Brasil com este tipo de suspensão).
O interior é mais simples do que o Korando, com painel de instrumentos meio sem graça, mas chama atenção os quatro botões verticais no console, principalmente os dois primeiros que acionam o sistema de aquecimento/refrigeração dos bancos dianteiros. Sim, é possível gelar o banco. Também chama atenção o relógio digital ao centro do console, típico dos anos 1990.
Tivoli e XLV
Já os novos SUVs compactos Tivoli e XLV chegam para competir na fatia mais acirrada do mercado, que tem sucessos de vendas como Honda HR-V, Nissan Kicks, Ford EcoSport, Jeep Renegade, JAC T5, Renault Duster e Captur, e por ai vai.
A marca promete preços entre R$ 80.000 e R$ 100.000 para o Tivoli, e R$ 90.000 a R$ 105.000 para o XLV. A diferença ente os dois modelos é o tamanho do porta-malas. O Tivoli é menor, tem 423 litros. No XLV, a capacidade do porta-malas é de 720 litros.
Ambos contam com motor 1.6 litro, gasolina, com 128 cavalos de potência a 6.000 rpm e torque máximo de 16,3 Kgf.m a 4.600 rpm. A transmissão AISIN automática é de seis marchas. A largura, altura e entre-eixos também é a mesma: 1,80m, 1,60m e 2,60m, respectivamente. O comprimento do Tivoli é de 4,20m enquanto o XLV tem 4,44m. A ideia da SsonYong do Brasil é comercializar os modelos em duas versões de acabamento, ambas com o mesmo conjunto motor-transmissão.
Ao volante
O comportamento dinâmico dos SUVs é parecido apesar da diferença de peso. O XLV é 45 kg mais pesado, tem 1.345 kg ante 1.300 do Tivoli. Chama atenção a lerdeza na aceleração, culpa do torque que só atinge faixa máxima aos 4.600 rpm. Assim, o jeito é pisar no acelerador e manter o motor sempre cheio, tal como nos 1.0 de primeira geração.
Mas, se a ideia é andar na faixa entre 50 km/h a 90 km/h, sem pressa, esse é um detalhe que não vai preocupar as mamães na hora de levar os filhos para a escola, ou ainda o executivo que dirige sem pressa, pois não há como correr devido ao tráfego intenso.
O conforto interno é bom, mas assim como no Korando, há detalhes para serem resolvidos antes de colocar os veículos na revenda, como os botões de comando de abertura dos vidros elétricos, em que somente o do motorista é automático. Mas, no SUVs compactos, o ar-condicionado já é de duas zonas.
Os veículos contam ainda com ESP (controle de estabilidade) que atuam de forma bastante conservadora. É possível desligá-lo, mas atenção: sem eles, o XLV tende a sair de traseira ao fazer curvas próximas ao limite de aderência dos pneus. Porém, é bom ressaltar que ambos chegam equipados com freio a disco nas quatro rodas, algo que a maioria dos concorrentes nacionais não oferecem.
Fichas Técnicas
MODELO | ACTYON SPORTS | KORANDO | TIVOLI | XLV |
---|---|---|---|---|
DIMENSÕES E CAPACIDADES | ||||
COMPRIMENTO (mm) | 4990 | 4410 | 4202 | 4440 |
LARGURA (mm) | 1910 | 1830 | 1798 | 1798 |
ALTURA (mm) | 1790 | 1.680 (1.710) | 1.590 (1.600) | 1635 |
ENTRE EIXOS (mm) | 3060 | 2650 | 2600 | 2600 |
OCUPANTES | 5 | 5 | 5 | 5 |
PESO EM ORDEM DE MARCHA | 2059 | 1750 | 1300 | 1345 |
CAPACIDADE DE CARGA (kg) | 720 | - | - | - |
CARROCERIA (CxLxA) (mm) | 1.280 x 1.600 x 550 | - | - | - |
PBT (kg) | 2740 | 2300 | 1810 | 1870 |
POWERTRAIN | ||||
MOTOR | 2.2 TURBO INTERCOOLER | 1.6 | ||
COMBUSTÍVEL | DIESEL (S-10) | GASOLINA | ||
CAPACIDADE (l) | 75 | 57 | 47 | 47 |
POTÊNCIA MÁXIMA (CV / RPM) | 178 / 4000 | 128 / 6000 | ||
TORQUE (KGF.M / RPM) | 41 / 1400~2800 | 16 / 4600 | ||
TRANSMISSÃO | 6 VELOCIDADES AUTOMATICO SEQUENCIAL - AISIN | |||
TRAÇÃO | 4 x 4 | 4 x 2 (TRAS) | AWD | 4 x 2 (DIANTEIRA) | |
DIREÇÃO, FREIOS E SUSPENSÃO | ||||
DIREÇÃO | HIDRÁULICA | ELÉTRICA | ||
FREIOS DIANTEIROS | DISCO | |||
FREIOS TRASEIROS | DISCO | |||
SUSPENSÃO DIANTEIRA | WISHBONE + MOLA HELICOIDAL | MACPHERSON + MOLA HELICOIDAL | ||
SUSPENSÃO TRASEIRA | SUSPENSÃO DE EIXO RÍGIDO + MOLA HELICOIDAL | MULTI LINK + MOLA HELICOIDAL | EIXO RIGIDO + MOLA HELICOIDAL |