Finalmente a Peugeot trocou o câmbio automático da linha de veículos compactos. A velha e ultrapassada transmissão de quatro marchas dá lugar para uma mais moderna, de seis marchas, produzida pela japonesa Aisin. Não é de hoje que a marca utiliza câmbios Aisin, o componente está presente nos carros Peugeot desde o sedan 406, pelo menos.
Chegou a vez do 2008. Estranhamente, um projeto moderno, mas que a marca decidiu, sabe-se lá porque, lançá-lo com câmbio automático ruim, anos atrás. Mas, agora consertaram a besteira, o que para o consumidor é bom.
A surpresa ficou na hora de pegar o carro de teste para esta avaliação. Era um Griffe, 1.6, aspirado. Esperava um 1.6 THP, turbo, mas não foi dessa vez, pois esta versão, mais apimentada, só conta com câmbio manual, ainda. Estranha estratégia, mas tudo bem.
A versão avaliada tem preço inicial de R$ 85.190, na cor vermelho metálico. Na cor disponibilizada, branco perolizado, o valor sobe R$ 1.690. Há ainda outras quatro cores metálicas: preto, prata, marrom e cinza, todas por R$ 1.290. Sem itens opcionais, o 2008 Griffe 1.6 AT conta com equipamentos interessantes como o teto panorâmico, ar-condicionado de duas zonas, controle de cruzeiro com limitador de velocidade, sensor de estacionamento com câmera de ré, airbags laterais e de cortina, e sistema multimídia com espelhamento de celular, porém sem GPS integrado.
Caro? Sim. Poderia ser mais acessível? Certamente. Fora do padrão brasileiro? Não. Assim, como pagar muito faz parte da cultura, o modelo de origem francesa pode ser uma boa opção, principalmente porque é bonito.
Ao volante
O câmbio automático de seis marchas deu nova vida ao motor 1.6 de 118 cv. As trocas são suaves e a aceleração melhorou muito em relação ao modelo anterior, com quatro marchas. Consequentemente, o consumo também.
Mas, nem tudo são flores. A programação de trocas de marchas do câmbio precisa de um ajuste mais afinado, para ficar mais adequado à faixa de torque máximo do motor, que é um pouco elevada, a 4.000 rpm. Nas primeiras marchas, a troca ocorre muito cedo e dá impressão de falta de força. Nada que uma reprogramação simples não resolva.
A Peugeot vende o 2008 como SUV, mas está longe de ser um utilitário esportivo. Na falta de uma definição melhor, trata-se de um crossover, mas, enfim, tanto faz. O espaço interno é bem generoso para um carro compacto, e o acabamento é de boa qualidade e gosto.
Internamente, destaque para o volante de tamanho reduzido e o painel elevado, que permite boa visualização e uma pegada esportiva, apesar de ser um carro típico de dona de casa por conta do design refinado.
Chama atenção a alavanca do freio de mão, em formato estranho e mais complicado de soltar do que puxar. É diferente e para dar cavalo de pau é preciso desenvolver habilidades especiais. Mas, as mulheres tendem a gostar mais.
Outros itens que faltaram foram retrovisor interno eletrocromático e apoio de braços centrais no banco traseiro, itens simples que não faz sentido não estarem presentes em um carro com tanta tecnologia, inclusive ar-condicionado de duas zonas, algo raro no segmento dos compactos.
Ficha técnica
Peugeot 2008 1.6 AT
Motor: dianteiro, transversal, flex, 4 cilindros, 1587 cm³, 16 v, 118/115 cv a 5750 rpm (etanol/gasolina), 16,1 kgfm a 4000 rpm (e/g); diâmetro x curso: 78,5 x 82 mm; taxa de compressão: 12,5:1
Câmbio: automático de 6 marchas
Tração: dianteira
Direção: assistência elétrica
Suspensão: independente na dianteira, tipo McPherson, e eixo de torção na traseira
Freios: disco nas 4 rodas, sendo ventilados na dianteira e sólidos na traseira
Rodas e pneus: liga leve 205/60 R16
Dimensões: comprimento, 4159 mm; largura, 1739 mm; altura, 1583 mm; entre-eixos, 2542 mm, peso, 1236 kg, porta-malas, 355 l; tanque de combustível, 55 l
Desempenho: velocidade máxima, 186 km/h (e); aceleração 0 a 100 km/h: 11,9 s (e)
Consumo PBE-V Inmetro: cidade – 7,5/10,7 km/l (e/g); estrada – 9,2/13 km/l (e/g)