O governo federal investiu menos do que devia nas rodovias e viadutos. A constatação está nos e no estado de conservação que as estradas se encontram. Uma pesquisa da Confederação Nacional do Transporte(CNT) em 2017, mostrou queda na qualidade do estado geral dos 105.814 km de rodovias avaliadas.
A classificação regular, ruim ou péssima atingiu 61,8%, enquanto em 2016 esse índice era de 58,2%. No ano passado, 38,2% das rodovias foram consideradas em bom ou ótimo estado, enquanto um ano atrás esse percentual era de 41,8%.
O estudo mostrou ainda que nos trechos de rodovias concedidas, em 1,9% da extensão com pontes ou viadutos, não há acostamento ou defensas. Nas rodovias públicas, em apenas 17,3% há presença de pontes ou viadutos com acostamento e defensas completas. Em 69,9%, um dos dispositivos de proteção está ausente e, em 12,8%, não há qualquer um dos dispositivos.
“O Brasil não tem um programa de recuperação e manutenção dessas obras. A deterioração dessa infraestrutura pode trazer sérios riscos para a população, como já ocorreu em algumas localidades. Essas estruturas podem romper e causar desastres fatais”, alerta o engenheiro Luiz Pladevall, presidente da Apecs (Associação Paulista de Empresas de Consultoria e Serviços em Saneamento e Meio Ambiente) e vice-presidente da ABES/SP (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental).
Em 2017, o Brasil investiu menos de 1,5% do PIB em infraestrutura, segundo dados da ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias). Para atender as demandas do setor, o país precisaria investir anualmente entre 1,5% a 6% do PIB, valores equivalentes entre R$ 300 bilhões e R$ 400 bilhões.
“Adiar soluções só vai fazer aumentar ainda mais os gastos futuros com esses empreendimentos. O país não pode adiar indefinitivamente a manutenção dessas obras sobre o risco de apagar incêndios no futuro”, conclui Pladevall.
*fotos: Agência Brasil
Antonio Puga é jornalista, especializado no setor automotivo