No local onde a Mercedes-Benz montava o sedan Classe C, em Iracemápolis, interior de São Paulo, a montadora chinesa Great Wall Motors promete em um curto espaço de tempo iniciar a produção local de veículos híbridos e híbridos plug-in (com tomada para recarregar a bateria), e a longo prazo veículos 100% elétricos e mais a frente carros a célula de combustível (hidrogênio) reformado do etanol. São grandes planos.
Para tanto, anunciou investimentos de mais de R$ 10 bilhões, sendo que R$ 4 bilhões até 2025, data que pretende ofertar no mercado nacional 10 modelos de veículos híbridos e híbridos plug-in, das marcas Haval (SUVs urbanos), Tank (SUVs off-road) e Poer (picapes). Os primeiros veículos da marca estão planejados para chegar ainda este ano, no quarto trimestre, importados, enquanto os primeiros veículos produzidos no Brasil devem sair da fábrica no segundo trimestre do ano que vem.
Os planos da GWM são do tamanho da Grande Muralha da China. E, apesar de ser uma empresa de um país comunista, conta com 100% de capital privado, o que significa que vieram ao Brasil para ganhar dinheiro. Tanto que estimam faturamento de R$ 30 bilhões até 2025. Um excelente negócio, afinal investir R$ 4 bi para faturar R$ 30 bi não é nada mal.
Com a reativação da planta de Iracemápolis, a GWM do Brasil anunciou a criação de 2000 empregos diretos, o que alegrou muito os políticos de plantão que participaram da inauguração oficial da fábrica realizado nesta quinta-feira, 27/1.
Ao consumidor brasileiro, a ampliação de oferta de produtos com motorização elétrica híbrida e, mais tarde 100% elétrica, pode ser um bom negócio para popularizar este tipo de veículo. Porém, apesar de não revelarem detalhes dos modelos que serão disponibilizados nem preços, os SUVs e picapes da GWM provavelmente serão para uma parcela da população que pode pagar por este tipo de veículo.
A instalação no Brasil é estratégica, segundo executivos da marca. O plano para os carros fabricados em Iracemápolis é de 60% de nacionalização, e além de atender ao mercado interno irão exportar para outros países.
Produtos
Alguns poucos detalhes dos produtos que estarão disponíveis foram informados, no entanto. Entre eles, os tipos de motorização: todos serão híbridos com potência entre 230 cv a 430 cv e 410 Nm a 762 Nm de torque, e um motor híbrido plug-in com autonomia elétrica de 200 quilômetros.
Além disso, todos os modelos produzidos no Brasil terão recursos de conectividade e sistemas semiautônomos de segurança Nível 2 de série, que permite o uso do comando por voz para controlar as funções do veículo, como fechar vidros ou abrir o teto solar. Os veículos da GWM no Brasil também estarão prontos para suportar o recurso de conectividade 5G.
A GWM desenvolveu o primeiro sistema de veículo híbrido do mundo que conta com a tecnologia de atualização Over The Air (OTA), que trará atualizações de software e firmware pelo ar para o carro, não só para o multimídia, mas para todo o sistema do veículo, como módulos dos motores e hardware de direção semiautônoma.
É aguarda para ver de perto.