A produção de veículo no país teve um crescimento de 5,4% em 2022, superando a expectativa feita no início do ano pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA). No balanço apresentado pela entidade nesta sexta-feira (06/01) foram produzidas 2,37 milhões de unidades. Para este ano, a previsão é de um aumento de 2,2% na produção de autoveículos, com 2,42 milhões de unidades.
Segundo o balanço da Anfavea Espera-se alta de 4,2% para automóveis e comerciais leves e queda de 20,4% para caminhões e ônibus. O segmento de pesados, acredita a entidade, será impactado pela mudança da regra de emissões para o Proconve P8, que deve provocar um reajuste de preços.
Para o presidente da entidade Márcio de Lima Leite, vários fatores contribuíram para este crescimento da produção de veículos. “Depois de um primeiro quadrimestre muito difícil em função da falta de semicondutores, o setor acelerou o ritmo e conseguiu atender parte da demanda reprimida nos mercados interno e externos. Contribuiu para isso a sensível redução nas paralisações de fábricas no segundo semestre, com uma melhora parcial no fluxo de componentes eletrônicos”, disse, lembrando que a Copa do Mundo também atrapalhou a produção.
Exportação em alta
De acordo com o balanço, a exportação apresentou crescimento, com 481 mil vendidas, o que representa 27,8%, em comparação a 20121, onde foram exportados 376 mil veículos. Os números poderiam ser mais expressivos se a Argentina não estivesse enfrentando uma crise, fazendo com que o país perdesse a relevância. Em valores, as exportações tiveram alta ainda maior.
Entre janeiro e novembro de 2021, a Argentina representava 35% das exportações, com 132 mil unidades. No ano passado, no mesmo período, houve uma queda de 29%. No entanto, outros países da América Latina se destacaram, como México, Colômbia e Chile.
Para o México, por exemplo, o salto foi de 68 mil para 86 mil no período, representando 18% das exportações atualmente. A Colômbia (15%) foi de 56 mil para 77 mil, e Chile (12%) foi de 38 mil para 57 mil.
Olho no novo governo
A mudança de governo no país ainda é observada com reserva pela entidade. Mas a direção da entidade já tem algumas observações para a gestão do presidente Luís Inácio Lula da Silva. “A questão do crédito é o tema mais urgente a ser atacado. Precisamos de juros mais baixos para atrair mais compradores para os veículos novos, sobretudo os modelos de entrada. Além disso, temas como a reindustrialização e a descarbonização nos impõem desafios e oportunidades. Vamos continuar mantendo o diálogo com os novos governantes em nível federal e estadual, além dos parlamentares, de forma a contribuir para o fortalecimento da nossa indústria ante uma conjuntura global cada vez mais competitiva”, finalizou Márcio de Lima Leite.
Antonio Puga é jornalista, especializado no setor automotivo
