A produção e emplacamentos de veículos no país apresentou um crescimento em comparação a janeiro de 2022, no entanto os patamares continuam inferiores ao verificados antes da pandemia e até em relação a janeiro de 2021. Segundo o balanço divulgado ontem, terça-feira (07/02), pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA), a produção de autoveículos (automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus) em janeiro de 2023 foi de 152,7 mil unidades, 5% a mais que no mesmo mês do ano anterior.
Os emplacamentos totalizaram 142,9 mil unidades, alta de 12,9% quando comparadas com as 126,5 mil do mesmo mês do ano anterior. De acordo com a entidade, os dados revelam um cenário de estabilidade e não de crescimento. O balanço revela ainda que a produção está próxima ao período pré-pandemia da Covid-19, e o da crise dos semicondutores que estava em seu pior momento.
“Em janeiro, o problema do setor automotivo foi mais de demanda do que de oferta. O ano começa com o mercado automotivo desaquecido, em função das crescentes dificuldades de crédito e do clima de incertezas sobre o desempenho da economia em nível nacional e global”, afirma o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite.
As exportações em janeiro foram, segundo a entidade, as melhores nos últimos cinco anos, com 33 mil unidades. Essa aceleração vem ocorrendo desde 2020, mas pode ter uma interrupção nos próximos meses. A explicação para isso, tem a ver com a queda de dois dos principais na América do Sul, Colômbia e Chile, que tiveram queda de vendas em janeiro.
Redução dos juros
Para o presidente da Anfavea a questão do crédito ao consumidor precisa ser resolvida pelo governo, o que acaba dificulta as vendas. Segundo Leite, existe uma margem para a redução dos juros, o que favoreceria o setor.
Outro abordado pelo dirigente foi em relação ao financiamento por parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “Soa como música aos nossos ouvidos”, garante Márcio de Lima Leite, que esteve reunido com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) onde debateu a questão da reforma tributária e a possibilidade da instalação de fabricante de semicondutores no país.
Antonio Puga é jornalista, especializado no setor automotivo