As vendas de carros importados teve uma queda em março de 21,7%, em comparação a fevereiro deste ano, revela um levantamento da Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa). Foram licenciadas 2.090 unidades, enquanto no mês anterior o setor registrou um total de 2.524 unidades. Com esses resultados, o primeiro trimestre do ano fechou com queda de 4,4%: 7.165 unidades contra 7.496 emplacamentos de veículos importados.
Segundo o presidente da entidade João Henrique Garbin de Oliveira, a alta do dólar e a pandemia do Covid-19 causaram a queda nas vendas. “Com a valorização da moeda norte-americana de 30,7%, somente no período de 2 de janeiro de 2020 ao dia de ontem, o setor de veículos importados esforçou-se ao máximo em manter os preços mais estáveis em reais. Por esse motivo, nos dois primeiros meses do ano, ainda obtivemos um resultado positivo. No entanto, com a declaração oficial da OMS – Organização Mundial da Saúde, no dia 11 de março, de pandemia do coronavírus (Covid-19), aliada à escalada do dólar, as nossas vendas caíram drasticamente”, lamenta .
“Diante do cenário de desaceleração da economia brasileira e mundial, nos próximos meses, a Abeifa está preocupada com a própria sobrevivência dos importadores e sua rede de concessionárias e, se confirmadas as projeções de queda nas vendas de automóveis novos este ano da ordem de 40%, como indicam altos executivos de montadoras locais, corremos sério risco também de inviabilizar unidades produtivas”, explica Oliveira, que defende a redução da alíquota de importação, para reaquecer o setor.
Participação
Entre as 15 associadas à Abeifa, que também têm produção nacional, BMW, Caoa Chery, Land Rover e Suzuki fecharam março com 2.713 unidades emplacadas, total que representou queda de 6,6% em relação a fevereiro de 2020, quando totalizaram 2.906 unidades.
Antonio Puga é jornalista, especializado no setor automotivo