Uma pesquisa realizada pela SAE BRASIL sobre caminhões revelou questões importantes do segmento como matriz energética, aspectos estratégicos e relacionamento com os clientes. O levantamento teve duração de cerca de um ano, onde foram ouvidos proprietários de frotas, caminhoneiros autônomos e concessionários. A apresentação foi feita pelo vice-presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) Gustavo Bonini, no Conexão Anfavea.
A apresentação da pesquisa teve a participação do conselheiro da SAE BRASIL Ricardo Barcellar, da líder de automotivo da KPMG Brasil, Flavia Spadafora, e do Sócio-Diretor da AutoData, Márcio Stéfani.
Segundo o conselheiro da SAE BRASIL, o estudo é inédito no Brasil, além de mostrar a tendência do futuro do setor. “Essa pesquisa levou de ponta a ponta nove meses de trabalho. Temos desde uma grande transportadora, presidentes da indústria, até o caminhoneiro solitário. Fizemos de tudo para ouvir a opinião desses personagens”, explica Barcellar.
Um dos pontos abordados pela pesquisa junto à indústria foi em relação sobre o aperfeiçoamento e eficiência dos motores a combustão e a propulsão limpa (biocombustível, hidrogênio). A maioria dos entrevistados, 68,9%, respondeu ser muito importante o aperfeiçoamento da eficiência dos propulsores a combustão, quanto o de energia limpa.
Outro questionamento feito as montadoras foi se nos próximos 10 anos o modelo de negócios- produzir e vender- mudará. Para 50,4% dos executivos esse modelo pode mudar, enquanto 37,5%, concorda que ocorrerá uma mudança.
A pesquisa apontou também que os clientes se sentem compreendidos pelos fabricantes e concessionarias, mesmo não sendo totalmente. Os dados apontam que 47,7% tem necessidades e preferências atendidas pelas montadoras, e 43,4% na rede de concessionárias.
A compra de veículos novos nos próximos quatro anos, também integrou o estudo. Nesta parte, 33,1% afirmou não pretender adquirir um caminhão novo, contra 22% que pensam em comprar um veículo novo.
Matriz energética
As novas fontes energéticas entraram no levantamento. No entanto, elas estão longe de serem aceitas por autônomos, frotistas, embarcadores. Barcellar lembrou que neste ponto da pesquisa é preciso levar em conta a realidade brasileira e de outros países e continentes. “O diesel terá um papel importante para os clientes,”, diz.
O incentivo por parte do governo para quem investisse em veículos com propulsão limpa, é bem-vinda por mais de 65% dos entrevistados.
O estudo não deixou de fora pontos como a locação de caminhões, a compra de veículo novo, manutenção da frota, veículos autônomos, telefonia 5G.
Antonio Puga é jornalista, especializado no setor automotivo