Defeitos colocados – Não se assuste com veículos GNV

Claudio Cobeio, Cobeio Car  R.Américo Brasiliense, 1208  Chácara Sto.Antônio (11) 5181-8447
Claudio Cobeio,
Cobeio Car
R.Américo Brasiliense, 1208
Chácara Sto.Antônio
(11) 5181-8447

Há cerca de 10 anos, o gás natural veicular (GNV) entrou em moda, pelo apelo comercial do combustível que era 50% mais barato do que a gasolina e ainda rendia até 60% mais. Economicamente, valia a pena para quem rodava mais de 100 km/dia, assim ficou muito popular entre taxistas e transportadores autônomos. As oficinas convertedoras se multiplicaram para acompanhar a demanda de mercado, e a tecnologia evoluiu.

Hoje, somente uns poucos se aventuram nessa seara, pois o preço do combustível já não compensa tanto, e a tecnologia evoluiu a um patamar que ficou quase proibitivo a instalação do sistema de GNV. Mas, quem tinha, manteve o equipamento, e muitos ainda usam. A manutenção desse sistema é relativamente simples, não há muitos segredos, principalmente o chamado sistema de 3ª Geração, mais comum e barato.

O defeito mais comum que atendemos na oficina é luz de injeção acesa no painel. Isso normalmente ocorre pois o GNV é um combustível de mistura super pobre, e para contornar isso, os kits GNV contam com um dispositivo chamado simulador de sonda, que envia para a ECU um sinal próximo do ideal. Porém, para funcionar corretamente, é preciso fazer um ajuste fino na quantidade de GNV enviado ao motor e ocasionalmente o sistema pode ficar desregulado.

consultor-cobeio-2pecasQuando isso acontece, a consequência é o acendimento da luz de injeção. A solução é simples, porém requer conhecimento e um scanner automotivo em modo contínuo, em que é possível ler os valores dos sensores, ou ainda m analisador de gases.

Para se obter a melhor performance, o motor necessita trabalhar com a relação ar/combustível correta. A isso chamamos relação estequiométrica. Cada combustível tem um valor diferente de estequiometria. O do etanol é 9,0:1 (9 partes de ar para 1 de etanol), a gasolina brasileira, com 22% de etanol, é de 13,3:1, o diesel, é de 15,2:1, e o GNV, 15,4:1. A gasolina pura é de 14,7:1.

O gráfico indica o ponto de melhor queima da gasolina pura (14,7:1), e as consequências da mistura rica e pobre. Independente do combustível, o ideal é sempre seguir o fator lambda 1, que é a linha central do gráfico
O gráfico indica o ponto de melhor queima da gasolina pura (14,7:1), e as consequências da mistura rica e pobre. Independente do combustível, o ideal é sempre seguir o fator lambda 1, que é a linha central do gráfico

Dessa forma é possível entender porque o etanol rende tão pouco. Para um motor de 1 litro funcionar bem com etanol, a cada 900 ml de ar, é preciso misturar 100 ml de etanol. Se fosse gasolina, a relação seria de 924,81 ml de ar e 75,19 ml de gasolina. Assim, fica claro que é preciso bem menos gasolina para encher o motor do que etanol.

Para facilitar a leitura, os instrumentos medem o fator lambda, que quando está no nível ideal é 1, independente do combustível utilizado. Qualquer valor abaixo de 1 significa mistura pobre, ou seja, mais ar do que o ideal, e qualquer valor acima de 1, é mistura rica, mais combustível do que o ideal. O segredo para a luz de injeção não acender é manter o sistema sempre bem regulado, com fator lambda o mais próximo de 1 possível.

Variador de avanço
Muitas empresas instalam o variador de avanço no carro porém este é um componente que não recomendamos, pelo grande índice de problemas que apresenta. Serve para regular o tempo da faísca na ignição mas é muito sensível e costuma apresentar falhas, e quando isso acontece, corta o pulso da bobina e bicos, o que imobiliza o veículo. Como a relação custo/benefício é baixa, não vale a pena.

Alexandre Akashi

Editor da Revista Farol Alto

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

um + um =

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.