Citroën C3 1.6 16v automático é popular com preço alto

Depois que a Stellantis assumiu a Citroën, os veículos da marca sofreram alterações conceituais importantes, para a marca voltar a ser rentável no Brasil. O carro de entrada foi um dos que passaram por mudanças mais marcantes, principalmente no design e conforto interno. O novo C3 agora é mais popular, porém com versões mais sofisticadas e caras, como o C3 Feel Pack 1.6 AT, unidade que avaliamos intensivamente em viagem de mais de 1500 km.

Com design que remete ao quadrado arredondado do antigo Fiat Uno, o novo C3 é 8 ou 80: quem gosta, gosta, quem não, não mesmo. Sinceramente não sou muito fã, mas ouvi diversos elogios sobre as linhas do carro. Tem gosto para tudo, o que é excelente.

A unidade avaliada tinha cor biton, azul com teto branco, que sem dúvidas deixa o carro mais charmoso. Porém, é um embelezamento caro, pois custa R$ 2.800. Também tinha o Pack Protection, que inclui barras laterais nas portas e protetor de cárter, um acréscimo de R$ 900 na conta, que no final fica em R$ 103.690. É muito dinheiro em um carro tão pequeno.

A parte boa e inquestionável do novo C3 é o conjunto motor-transmissão, apesar de o modelo ainda não ter recebido os novos motores turbo da Stellantis, que já equipam diversos veículos, inclusive da marca irmã Peugeot. Mas, o 1.6 litro aspirado de 16 válvulas não faz feio. Com potência máxima de 120/113 cv a 6000 rpm (etanol/gasolina) e torque máximo de 15,7/15,4 kgfm a 4500 rpm (etanol/gasolina), acoplado a uma transmissão automática Aisin de 6 marchas, o C3 é econômico na estrada.

Apesar de a marca anunciar consumo na estrada de 12,4km/l com gasolina e 8,5 km/l com etanol, na viagem de 1500 km obtivemos média de 14km/l com gasolina e 11 km/l com etanol, marcas muito interessantes para um carro com câmbio automático. Claro que a velocidade média ficou dentro dos limites das rodovias, 120 km/h e 110 km/h, mas o ar-condicionado estava sempre ligado.

Na cidade, o consumo é um pouco pior do que o anunciado pela marca de 10,3 km/l com gasolina e 7,2 km/l com etanol, mas isso é devido ao trânsito intenso. Com etanol, as médias não chegam a 6 km/l.

O desempenho do motor 1.6 aspirado é bom, mas nada excepcional. As acelerações são suaves e lentas, assim como as retomadas. É preciso um pouco de paciência até o motor encher e o carro começar a andar vigorosamente.

O comportamento da suspensão também é razoável. Formada por um conjunto simples, com McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira, é montada com forte apelo para o conforto, algo de se esperar para um carro familiar.

O ponto que a marca pode melhorar muito no C3 é o conforto interno e principalmente o painel de instrumentos, muito simples e sem graça. Totalmente digital e monocromático, apresenta um gigante velocímetro ao centro, com computador de bordo que marca distâncias percorridas e consumo, indicadores de nível de combustível e temperatura do motor, além de indicar a marcha (D, N, R, P).

A versão topo de linha conta com generosa tela multimídia, com espelhamento de smartphone por fio e conexão Bluetooth, mas sem GPS, o que obriga o motorista a usar os aplicativos de navegação do celular.

Alexandre Akashi

Editor da Revista Farol Alto alexandre@farolalto.com.br

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