Carros para PcDs exigem cuidados e adaptações

O segmento de carros adaptados para pessoas com alguma limitação física (PCDs) representa no país, cerca de 20% das vendas de automóveis. Mas para ter um desses veículos que contam com isenções ou redução de impostos como IPI e ICMS, liberação do pagamento de IPVA em muitos estados. Mas assim como qualquer outro veículo, é preciso fazer a manutenção constante, além de ficar atento as adaptações que são feitas para cada caso de deficiência.  

Segundo Hiromori Mori, consultor da NGK, essas adaptações variam de acordo com o laudo médico apresentado no momento da perícia no Detran. “O médico indica quais mudanças são necessárias de acordo com o grau e tipo de limitações apontadas. As adequações mais comuns incluem o uso de direção assistida (elétrica ou hidráulica) e transmissão automática ou automatizada”, explica.

O especialista destaca, ainda, que além das adaptações é necessária a manutenção preventiva.  “A manutenção de um carro para PCDs segue o mesmo padrão de outras vistorias. Os veículos devem prioritariamente realizar a manutenção preventiva com peças de qualidade para evitar momentos indesejados durante o uso. Além dos cuidados com o próprio veículo, é primordial que haja um treinamento pessoal por parte do motorista, para que o mecânico entenda com clareza a necessidade do cliente e as adaptações físicas realizadas na infraestrutura visando a acessibilidade, assim como as mudanças nas áreas comuns” orienta Mori.

“De um modo geral, no Brasil não temos oficinas dirigidas a esse público específico. Portanto, é um setor em que elas podem se especializar e oferecer serviços diferenciados, ampliando o seu escopo de atuação. A oficina deve priorizar serviços com hora marcada, porque alguns dos veículos possuem características próprias, o que pode dificultar a manobra e o teste, por exemplo. Nesse contexto, é mais prudente sempre verificar a necessidade de cada cliente”, diz o consultor da NGK.

Principais adaptações
Os benefícios oferecidos na compra de um automóvel destinado a pessoas com deficiência atraíram golpistas que montaram uma “indústria” de laudos médicos falsos como forma de comprar os veículos com os descontos e reduções de impostos.

Para tentar coibir essas ações, o governo federal reformulou no ano passado as regras. Com isso, o profissional que emitir laudo falso irá arcar com os impostos que são isentos, e responder judicialmente e ser denunciado junto ao Conselho Regional de Medicina (CRM). As medidas atingem também o comprador que se passou por portador de deficiência.

Quem pode ter um carro PcD: alienação mental; amputação ou ausência de membro; artrite; artrose; autismo; AVC; bico de papagaio; bursite; baixa visão; câncer; cardiopatia grave; cegueira; contaminação por irradiação; deficiência mental severa ou profunda; doença de Parkinson; deficiência visual; deficiência auditiva; doenças desconhecidas degenerativas; doenças neurológicas; deficiência intelectual; esclerose múltipla; escoliose grave; espondiloartrose anquilosante; estados avançados da doença de Paget; fibrose cística (mucoviscidose); hanseníase; hemiplegia; hepatopatia grave; hérnia de disco; HIV positivo (se há sequela física ou mental); hepatite C; lordose e linfomas (se há sequela física ou motora); membros com deformidades congênita ou adquirida; moléstia profissional; monoparesia; monoplegia; nanismo; nefropatia grave; neoplasia maligna; paralisia cerebral; paralisia irreversível e incapacitante; paraparesia; paraplegia; poliomielite; problemas nos joelhos; próteses internas e externas; sequelas de Thalidomide; Síndrome de Down; Tendinite grave; tetraplegia; tetraparesia; triparesia; triplegia; tuberculose ativa; Visão monocular. Vale destacar também que quem possui deficiência múltipla (pessoas com mais de uma deficiência) está incluída nos benefícios.

Antonio Puga

Antonio Puga é jornalista, especializado no setor automotivo

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