Produção automotiva tem queda de 2,9%

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA) divulgou nesta segunda-feira (06/03) balanço sobre a produção automotiva em fevereiro, que registou uma queda de 2,9% em comparação ao mesmo mês, no ano passado. Com isso, foram produzidos 161,2 mil veículos. Segundo a entidade, este é o menor volume produzido nos últimos sete anos. O dado positivo no resultado, quando comparado a janeiro de 2023, teve um aumento de 5,6%.

O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, atribuiu alguns fatores para a queda da produção no mês passado. “Tivemos apenas 18 dias úteis, foi um mês marcado também por algumas tragédias por intensa chuvas no litoral Norte de São Paulo. Tudo isso, acabou colocando fevereiro com um mês atípico”, afirma.

“No ano passado, neste mesmo período, o mercado vivia um momento bastante tenso, em função da falta de semicondutores, no auge da crise o que limitava a produção dos veículos. Este ano, temos um mês que começou marcado por paralisação de algumas fábricas (caso das três unidades da Volkswagen, que só retornaram à atividade no início de março) juntando as três temos 31 dias de paralisação, também fábrica de motores e pela ausência de semcondutores. O fantasma dos semcondutores ainda não nos abandonou, embora tenha sido um pouco mais suave”, disse.

Para Márcio de Lima Leite o carnaval deste ano, em fevereiro, teve participação ativa no volume de produção, enquanto em 2022, a festa ocorreu em março.  Mesmo com este cenário de desaceleração tanto no mercado interno, quanto no externo, o volume no primeiro bimestre, a produção apontou uma leve alta de  de 0,8%, com 313,8 mil veículos montados.

De acordo com levantamento da Anfavea os 8,8 mil automóveis eletrificados vendidos no bimestre significaram aumento de 45% sobre janeiro e fevereiro do ano passado. Desta maneira, a projeção para este ano, aponta um crescimento superior a 40% – um volume superior a 70 mil modelos híbridos e elétricos.

As exportações no bimestre tiveram um leve recuo na comparação com o início do ano passado. No total, 67,4 mil unidades deixaram os portos do país, queda de 2,6%. Em compensação, a receita gerada com essas exportações cresceu 28,5%, o que é explicado por um mix de embarque formado por modelos de maior valor agregado, como caminhões e ônibus.

Reindustrialização e novos investimentos

Durante a apresentação dos dados, o dirigente destacou que esteve reunido com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, onde discutiu a questão de reindustrialização do país, ideias para reduzir o custo Brasil, busca da competitividade e atrair novos investimentos.

“Nesse ciclo agora, o México tem atraído diversos investimentos. O país tem contado com uma política de atração de investimentos, diversas montadoras estão se instalando no México. O México, neste aspecto, concorre diretamente com o Brasil. Hoje Brasil é o oitavo produtor mundial, enquanto o México é o sétimo”, explicou Leite.

O presidente da Anfavea destacou que o Brasil é o sexto mercado consumidor automotivo, e o México é o sétimo. “O México tem uma competitividade muito forte. Temos percebido que o México não está brincando. Está entrando de forma significativa na busca de investimentos”, garante.

A exportação, segundo a Anfavea, tem mantido um ritmo bom, embora tenha ocorrido uma queda devido ao menor número de dias de produção. No total, 67,4 mil unidades deixaram os portos do país, queda de 2,6%. Em compensação, a receita gerada com essas exportações cresceu 28,5%, o que é explicado por um mix de embarque formado por modelos de maior valor agregado, como caminhões e ônibus. A Argentina voltou a ser o mercado principal das exportações brasileiras, assim como houve um crescimento de vendas para o México de caminhões e veículos pesados.

Antonio Puga

Antonio Puga é jornalista, especializado no setor automotivo

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